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Acidente
21/12/2024 04:00:00

Ucrânia anuncia que não permitirá trânsito de gás russo rotulado como azeri, causando preocupação na Eslováquia

Ucrânia anuncia que não permitirá trânsito de gás russo rotulado como azeri, causando preocupação na Eslováquia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, afirmou na quinta-feira, após uma reunião em Bruxelas, que a Ucrânia encerrará o trânsito de gás russo pelo seu território no final deste ano. A medida também proíbe o transporte de gás russo reclassificado como proveniente do Azerbaijão, uma prática que Zelenskyy criticou como “enganosa” e benéfica para os cofres do Kremlin.

Impacto na Eslováquia e dependência energética
A decisão afeta diretamente a Eslováquia, que depende de três bilhões de metros cúbicos de gás russo anualmente, fornecidos pela Gazprom, para atender à maior parte de sua demanda interna. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, já havia demonstrado preocupação com a possível interrupção do fornecimento e busca alternativas, como o Azerbaijão. No entanto, acordos com o país são controversos devido a críticas sobre sua postura em direitos humanos.

Proibição e proposta de exceção
Zelenskyy justificou a medida como uma forma de impedir que a Rússia continue lucrando com a guerra, destacando que “não podemos permitir que a Rússia ganhe bilhões à custa do nosso sangue”. Ele propôs uma exceção: o trânsito de gás seria permitido apenas se os compradores europeus concordassem em não pagar à Rússia até o fim do conflito, algo que poderia levar a quebra de contratos e suspensão dos serviços pela Gazprom.

Repercussões econômicas e diplomáticas
A interrupção do trânsito pode custar à Ucrânia 0,5% do PIB, segundo estimativas do Bruegel, e aumentar os custos de gás para a Eslováquia em 150 milhões de euros. A decisão também agrava as relações entre Kiev e Bratislava, já tensas desde o retorno de Fico ao poder, alinhando-se a uma posição cética sobre o apoio militar à Ucrânia, semelhante à postura do líder húngaro Viktor Orbán.

Busca por soluções na Europa
Bratislava intensifica esforços diplomáticos junto à Comissão Europeia para garantir o fornecimento de gás em 2025, enquanto outros países, como Áustria e Hungria, também podem ser impactados pela interrupção. O chanceler austríaco, Karl Nehammer, já tomou medidas como o cancelamento de contratos de longo prazo com a Gazprom após cortes de fornecimento.