09/12/2025 12:24:11

Geral
19/12/2024 17:00:00

Advogado e jornalista denunciam truculência policial durante blitz no Vergel do Lago

Advogado e jornalista denunciam truculência policial durante blitz no Vergel do Lago

Advogado e jornalista denunciam truculência policial durante blitz no Vergel do Lago

Na noite da última terça-feira (17), um advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL) e um jornalista registrado no Sindicato dos Jornalistas do Estado de Alagoas (Sindjornal) relataram ter sofrido abordagem truculenta por policiais do BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito) durante uma blitz no bairro Vergel do Lago, em Maceió. Os dois profissionais, que estavam a trabalho, seguiam para casa por volta das 21h, quando encontraram a blitz no cruzamento da Rua Balbino Lopes com a Avenida Monte Castelo.

Segundo o relato, os policiais os obrigaram a parar o veículo com armas apontadas, questionando onde estavam "a arma e as drogas". Apesar de se identificarem com suas credenciais profissionais, os militares desdenharam das profissões e ordenaram que saíssem do carro, revistando-os de forma agressiva e colocando-os de frente para uma parede com as mãos na cabeça.

Durante a revista, o advogado solicitou acompanhar o procedimento, mas os policiais inicialmente negaram, só permitindo a abertura da porta traseira do carro após o término da inspeção. No final, um dos agentes ameaçou o jornalista, dizendo: "Você quase levou um tiro porque abriu a porta do carro sem eu mandar."

O advogado questionou a abordagem, especialmente a falta de justificativa para a revista, alegando que a ação violou o artigo 244 do Código de Processo Penal (CPP), que exige fundada suspeita para buscas pessoais ou veiculares. Ele também destacou a diferença no tratamento policial em bairros nobres e periféricos, atribuindo o episódio a racismo estrutural.

“O que ocorreu foi um claro abuso de poder e desrespeito à dignidade humana. A blitz deveria focar na verificação de documentos e da situação estrutural do veículo, mas sequer pediram habilitação ou documentos. É evidente o padrão discriminatório aplicado nos bairros periféricos”, afirmou o advogado, destacando nunca ter presenciado atitudes similares em regiões nobres da cidade.