O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira (18) que seu país e o Líbano decidiram colaborar para estabilizar a Síria após a destituição de Bashar al-Assad, que foi derrubado por uma coalizão de grupos rebeldes islamistas. Durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro libanês, Nayib Mikati, Erdogan destacou que a estabilidade síria é essencial para a segurança de toda a região, reforçando a necessidade de cooperação e solidariedade entre os países vizinhos.
A queda de Assad ocorreu após uma ofensiva liderada pelo Hayet Tahrir al-Sham (HTS), em 8 de dezembro, que o forçou a buscar refúgio em Moscou. Desde então, a Turquia intensificou suas operações militares na fronteira, mirando as Forças Democráticas Sírias (FDS), que Ancara considera uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Erdogan também manifestou disposição em apoiar militarmente o novo governo sírio, com foco no combate aos separatistas curdos, uma prioridade estratégica para garantir a segurança turca na região.
A aliança entre Turquia e Líbano é vista como uma tentativa de estabilizar a região em meio a um contexto de incertezas. As FDS, apoiadas pelos Estados Unidos, continuam desempenhando um papel crucial na contenção do grupo jihadista Estado Islâmico. No entanto, os confrontos continuam, e, recentemente, um ataque a uma posição curda resultou na morte de 21 combatentes pró-Turquia, apesar de um cessar-fogo mediado pelos EUA.