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Brasil
18/12/2024 02:00:00

O Silêncio do Governo Lula e do PT sobre a violência Policial na Bahia

O Silêncio do Governo Lula e do PT sobre a violência Policial na Bahia

O silêncio do governo Lula e do PT em relação à violência policial na Bahia levanta questionamentos sobre a coerência do discurso político do partido. Enquanto o PT faz críticas contundentes à segurança pública em São Paulo, especialmente sob a gestão de Tarcísio de Freitas, as estatísticas alarmantes de letalidade policial na Bahia, governada pelo partido há quase duas décadas, não recebem a mesma atenção.

Os números evidenciam uma realidade preocupante: a polícia baiana registrou 1.344 mortes de civis entre janeiro e outubro deste ano, superando os índices de São Paulo, que possui uma população muito maior. Na comparação por 100 mil habitantes, a taxa baiana de 10,86 é significativamente superior à paulista, de 1,79, sendo superada apenas pelo Amapá.

Contradições no discurso político

A postura de líderes petistas, como Gleisi Hoffmann e José Guimarães, destaca uma crítica direcionada à política de segurança paulista, mas ignora os problemas estruturais da Bahia. Enquanto Gleisi responsabiliza diretamente o governador Tarcísio e o secretário de segurança Guilherme Derrite por casos de violência, não há uma cobrança semelhante em relação ao atual governador baiano, Jerônimo Rodrigues, também do PT.

O silêncio sobre a Bahia se torna ainda mais evidente quando figuras importantes do governo federal, como o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski e o advogado-geral da União Jorge Messias, criticam publicamente a atuação policial paulista, mas não mencionam os números baianos. Esse comportamento é visto por muitos como uma seletividade ideológica, enfraquecendo a credibilidade do discurso sobre direitos humanos e segurança pública.

Desafios para a esquerda

A segurança pública historicamente representa uma pauta desafiadora para a esquerda, que enfrenta dificuldades para apresentar soluções eficazes em um cenário amplamente dominado pelo discurso da direita. Ao evitar o debate sobre a letalidade policial em estados governados pelo partido, como a Bahia, o PT expõe uma fragilidade que pode ser interpretada como hipocrisia política, especialmente em um contexto de polarização.

Se o partido deseja construir uma política de segurança pública coerente e eficaz, será fundamental reconhecer e abordar os problemas em seus próprios redutos, como a Bahia, em vez de limitar suas críticas a adversários políticos.