Pelo menos três civis foram mortos num ataque aéreo a um hospital na cidade síria de Idlib, na segunda-feira, de acordo com a informação avançada pelos Capacetes Brancos sírios, um serviço de salvamento gerido pela oposição.
Já contabilizando este ataque, o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários afirmou, no mesmo dia, que pelo menos 44 civis, incluindo 12 crianças, foram mortos na Síria desde 26 de novembro.
O mesmo gabinete acrescentou que quase 50.000 pessoas tiveram de abandonar o local de residência e que várias infraestruturas essenciais, como escolas e hospitais, ficaram danificadas na sequência dos ataques aéreos.
À medida que os rebeldes na Síria continuam a avançar no terreno, as forças governamentais têm vindo a intensificar os ataques à cidade de Idlib, controlada pelos rebeldes, bem como a posições que mantêm em Alepo. Os rebeldes ocupam grande parte daquela que é a maior cidade síria desde domingo, incluindo o aeroporto internacional.
Já esta terça-feira, os rebeldes sírios terão capturado quatro novas cidades, ocupando território cada vez mais próximo da cidade central de Hama, segundo ativistas da oposição. Encontram-se agora a apenas dez quilómetros, aproximadamente, daquela que é a quarta maior cidade do país.
A captura destas cidades pelos rebeldes sírios é a mais recente conquista na sequência do impulso dos insurgentes liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham, bem como por combatentes da oposição apoiados pela Turquia. Uma investida que faz parte da vasta ofensiva das forças opositoras ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
Por sua vez, as forças governamentais conseguiram, também esta terça-feira, retomar algumas zonas cujo controlo tinham perdido na semana passada.
A entidade responsável pelas operações militares dos insurgentes adiantou, ainda assim, ter conseguido abater 50 combatentes de Bashar al-Assad durante o assalto às cidades centrais de Halfaya, Taybat al-Imam, Maardis e Soran. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, confirmou a ocupação das cidades.
A leste, as Forças Democráticas Sírias, lideradas pelos curdos, afirmaram em comunicado ter capturado sete aldeias aos combatentes pró-governamentais. A imprensa estatal síria, no entanto, negou que as aldeias tenham sido conquistadas, assegurando que o ataque foi repelido. As aldeias situam-se perto de uma base que alberga tropas norte-americanas na região, próxima do Iraque.
Também esta terça-feira, Hakan Fidan, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, que é um dos principais apoiantes dos grupos que se opõem a Assad, disse que o recente avanço rápido dos insurgentes na Síria mostra que o presidente sírio deve reconciliar-se com o próprio povo e manter conversações com a oposição.
Mas Assad e o governo sírio defendem que todos os grupos armados nas zonas sírias controladas pela oposição são terroristas, tendo rejeitado qualquer solução política nesse sentido.
A longa guerra entre Bashar al-Assad e os seus apoiantes estrangeiros e o conjunto de forças armadas da oposição, que procuram derrubá-lo, já matou cerca de meio milhão de pessoas nos últimos 13 anos.