band.uol.com.br
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionou ilegalmente, segundo a Polícia Federal, ministros do Supremo Tribunal Federal, parlamentares como o presidente da Câmara, Arthur Lira, e jornalistas.
A informação consta na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que autorizou a PF a deflagrar 4ª fase da Operação Última Milha. O objetivo da Polícia Federal é desarticular uma organização criminosa que monitorava ilegalmente autoridades públicas.
Nos arquivos analisados até o momento, foram as seguintes autoridades e jornalistas monitorados, algumas já adiantadas pelo Jornal da Band:
Nesta fase da operação, de acordo com a PF, as investigações revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos do grupo, “incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”.
“A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”, declarou a corporação em comunicado.
Os investigados, conforme a corporação, podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
Em janeiro, a Polícia Federal acusou o deputado federal Alexandre Ramagem - aliado e amigo da família Bolsonaro - de ser o chefe de uma organização criminosa que espionava ilegalmente autoridades e adversários do ex-presidente.
A Polícia Federal chegou a pedir a suspensão do mandato de Ramagem, mas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, que autorizou a operação, não atendeu.
Na ocasião, além do deputado, sete policiais federais e três servidores da Abin foram alvos da operação. Eles são suspeitos de monitorar, de forma ilegal e sem autorização judicial, políticos, jornalistas, advogados e adversários durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ramagem foi diretor da Abin de 2019 a 2022.
Em outubro do ano passado, em outra operação, a Polícia Federal prendeu agentes da Abin acusados de usar ilegalmente o software first mile, para monitorar e perseguir ilegalmente pessoas através do sinal de celular.