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Guerra
26/05/2024 00:00:00

Gaza: ataques israelenses em Rafah ignoram decisão da Corte Internacional de Justiça


Gaza: ataques israelenses em Rafah ignoram decisão da Corte Internacional de Justiça

Rfi

Israel parece não querer cumprir a decisão da Corte Internacional de Justiça, que ordenou na sexta-feira (24), a interrupção “imediata” de sua ofensiva em Rafah. Na semana passada, a África do Sul, que havia encaminhado o caso à CIJ, considerou que o “genocídio” cometido por Israel em Gaza havia atingido um “nível terrível”. 

Israel, no entanto, tem sua própria interpretação da decisão da Corte Internacional de Justiça e, de acordo com uma declaração conjunta do Ministério das Relações Exteriores e do Conselho de Segurança Nacional israelenses, o país “não conduziu e não conduzirá operações militares na área de Rafah que possam levar à destruição da população civil palestina, no todo ou em parte”.

Em outras palavras, as autoridades israelenses pretendem continuar lutando em Rafah. Na manhã deste sábado (25), o exército israelense já estava bombardeando essa região localizada ao sul do enclave palestino. 

No entanto, Israel indicou que pretende cumprir as diretrizes da Corte Internacional de Justiça em Haia, permitindo a passagem de ajuda humanitária, especialmente pelo terminal de Rafah, além de tomar todas as precauções possíveis para minimizar os danos à população civil.

 
 

Em 7 de maio, o exército israelense lançou operações terrestres em Rafah, com o objetivo de eliminar os últimos batalhões remanescentes do Hamas, que estava por trás do ataque sem precedentes em solo israelense em 7 de outubro, fato que deu início à guerra.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou mais uma vez as acusações da África do Sul contra Israel, descrevendo-as como falsas. Por sua vez, o líder da oposição Yair Lapid disse que o fato de os juízes de Haia não terem estabelecido uma ligação entre o fim dos combates e a libertação dos reféns teria sido um desastre moral. 

E, na extrema direita israelense, o Ministro das Finanças, Betsalel Smotrich, proclamou que a história julgaria aqueles que se aliassem ao Hamas.

Conversas em Paris sobre um cessar-fogo

No início desta semana, o promotor do Tribunal Penal Internacional (ICC) solicitou a emissão de mandados de prisão por supostos crimes cometidos na Faixa de Gaza e em Israel contra líderes do Hamas e líderes israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu

Embora o governo israelense tenha condenado o anúncio do promotor, ainda assim ordenou que seus negociadores “retornassem à mesa de negociações para obter o retorno dos reféns”, de acordo com uma autoridade do alto escalão.

No início de maio, as negociações indiretas entre Israel e o Hamas, mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos, não conseguiram produzir um acordo de trégua vinculado à libertação de reféns e prisioneiros palestinos mantidos por Israel.

O chefe da CIA, William Burns, é esperado em Paris para tentar relançar as conversas sobre uma trégua, e o presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu o primeiro-ministro do Catar e os ministros das Relações Exteriores da Arábia SauditaEgito e Jordânia na sexta-feira. 

De acordo com a presidência francesa, os líderes discutiram a implementação da “solução de dois estados”, ou seja, um estado palestino viável ao lado de Israel. A Espanha, a Irlanda e a Noruega anunciaram recentemente seu reconhecimento do Estado da Palestina

Os líderes também discutiram as “alavancas que poderiam ser ativadas para obter a reabertura de todos os pontos de passagem” para esse território palestino e examinaram como “aumentar e aprofundar sua cooperação em ajuda humanitária”.



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