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Mundo
20/05/2024 06:35:00

Presidente do Irã morre em queda de helicóptero

Ebrahim Raisi regressava da inauguração de uma barragem . Ministro do Exterior também morreu na queda


Presidente do Irã morre em queda de helicóptero

dw.com/pt-br/

O presidente do IrãEbrahim Raisi, morreu na queda do helicóptero que o transportava por uma região montanhosa do país, afirmou a mídia estatal iraniana nesta nesta segunda-feira (20/05).

"O presidente da República Islâmica do Irã, Ebrahim Raisi, sofreu um acidente enquanto servia e cumpria seu dever para o povo do Irã e foi martirizado", disse a agência de notícias Mehr, alinhada a outros relatos da mídia local.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, decretou cinco dias de luto por Raisi. "Anuncio cinco dias de luto público e ofereço minhas condolências ao querido povo do Irã", disse Khamenei em um comunicado nesta segunda-feira. Ele nomeou o vice de Raisi, Mohammad Mokhber, como presidente interino do país.

Além de Raisi, o ministro iraniano do Exterior, Hossein Amirabdollahian, viajava na mesma aeronave e também morreu, segundo relatos da mídia estatal.

Eles voltavam de uma visita à província iraniana do Azerbaijão Oriental, onde inauguraram uma barragem com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, na fronteira entre os dois países.

O helicóptero sumiu do radar na tarde de domingo e os esforços de busca começaram imediatamente. Os destroços foram localizados nesta segunda-feira, sem nenhum sinal de vida de seus ocupantes.

Imagem feita por drone de veículos brancos e algumas pessoas em uma colina
Imagem feita por drone de área próxima ao local onde os destroços do helicóptero foram localizadosFoto: Anadolu/picture alliance

Segundo a Constituição do país, um conselho composto pelo vice-presidente, pelo presidente do Parlamento e pelo presidente do Judiciário deve convocar uma eleição para a escolha do novo presidente iraniano em até 50 dias.

Quem era Raisi?

O político iraniano tinha 63 anos e havia sido eleito para o cargo em 2021, após outros rivais conservadores e moderados terem sido desqualificados para o pleito.

Nascido em uma família muito religiosa na segunda maior cidade do país, Mashhad, Raisi passou por um extenso treinamento teológico e detinha o título de Hujjat al-Islam, que significa "autoridade no Islã". Na hierarquia religiosa do país, o cargo só fica abaixo do de aiatolá.

Sua carreira começou aos 20 anos de idade, após a Revolução Islâmica de 1979, quando ele foi nomeado procurador-geral de Karaj, um subúrbio de Teerã. Posteriormente, foi vice-procurador em Teerã durante os julgamentos encenados de prisioneiros políticos em 1988, que ficaram conhecidos como "comissões da morte". Embora o número de pessoas mortas em todo o país nunca tenha sido confirmado, grupos de direitos humanos estimam, no mínimo, cerca de 5 mil vítimas dos expurgos.

Nos últimos anos, Raisi vinha sendo apontado como um dos favoritos para suceder Khamenei como líder supremo do Irã.

Sua presidência foi marcada por um impasse nas negociações internacionais sobre seu programa nuclear e por distúrbios em grande escala em todo o país no final de 2022, após a morte de Jina Mahsa Amini sob custódia depois de ter sido detida pela polícia da moralidade por supostamente usar indevidamente um hijab.

Durante o mandato de Raisi, o Irã também intensificou seu enriquecimento de urânio e apoiou a Rússia na decisão de invadir a Ucrânia

No mês passado, o Irã lançou um ataque com mísseis e drones contra Israel em meio ao conflito em em Gaza, além de continuar a armar grupos aliados, como o Hisbolá e os houthis.

No início deste mês, Raisi disse que "o Irã apoia a defesa legítima da nação palestina", ao mesmo tempo em que elogiou os esforços de "resistência" do grupo terrorista Hamas.

bl (AP, Reuters, DW)



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