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Guerra
18/05/2024 00:00:00

Em Gaza, combates continuam no norte e ajuda humanitária é distribuída na costa


Em Gaza, combates continuam no norte e ajuda humanitária é distribuída na costa

Rfi

Após dias de bloqueio da ajuda humanitária, teve início nesta sexta-feira (17)  um primeiro descarregamento no píer temporário montado pelos Estados Unidos. No norte da Faixa de Gaza, combates violentos foram travados entre o Exército israelense e o Hamas.

No oitavo mês de guerra contra o Hamas, o Exército israelense combate as forças palestinas no campo de refugiados de Jabalia (norte), também alvo de bombardeios aéreos e da artilharia, segundo testemunhas. De acordo com a Defesa Civil palestina, seis pessoas foram mortas em uma casa que foi bombardeada.

Depois de dias bloqueando a chegada de ajuda humanitária ao território palestino ameaçado pela fome, o Exército americano anunciou que uma primeira carga começou a ser descarregada nesta sexta-feira no cais temporário construído pelos Estados Unidos, ancorado na costa da Faixa de Gaza.

O Exército americano anunciou ainda a chegada de “cerca de 500 toneladas (de suprimentos) nos próximos dias (…) distribuídos por meio de vários barcos”.

“Estamos finalizando nossos planos operacionais para garantir que estamos prontos para administrar” esta ajuda, “ao mesmo tempo que garantimos a segurança do nosso pessoal”, indicou a agência humanitária da ONU (Ocha), reiterando a sua preferência pelo transporte rodoviário.

Apelo de 13 países

No extremo sul do território palestino, em Rafah, o braço armado do Hamas, as brigadas Ezzedine al-Qassam, afirmaram ter atacado tropas israelenses "estacionadas no posto fronteiriço" com o Egito.

A marinha israelense realizou bombardeios na costa de Rafah. Milhares de palestinos deslocados pelo conflito fogem da cidade, após ataques noturnos que deixaram feridos, segundo o hospital kuwaitiano da cidade.

No dia seguinte ao anúncio de Israel da intensificação de suas operações militares em Rafah, onde o objetivo declarado é aniquilar os últimos combatentes do Hamas, 13 países - Japão, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido, Austrália, Coreia do Sul e sete estados membros da União Europeia incluindo a França - enviaram um apelo conjunto para que o estado hebreu não lance uma ofensiva em grande escala no local.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu descreveu na quinta-feira a “batalha de Rafah” como “decisiva” para destruir o movimento islâmico palestino. O Exército também afirma estar operando no local para libertar reféns sequestrados em 7 de outubro.

No apelo conjunto, os 13 países pedem também por “esforços adicionais” para melhorar o fluxo da ajuda internacional. “Instamos o governo israelense a permitir que a ajuda humanitária entre na Faixa de Gaza através de todos os pontos de passagem relevantes, incluindo Rafah”, afirmam.

Desde a implantação, em 7 de maio, do Exército israelense no lado palestino do ponto de passagem de Rafah, israelenses e egípcios trocam acusações pela paralisia desta passagem crucial para a entrada de combustível essencial para hospitais e logística humanitária.

As entregas de ajuda também foram amplamente dificultadas nas passagens de Kerem Shalom e Erez, no lado israelense.

"Sem genocídio"

Desde que os civis foram orientados a abandonar os setores orientais de Rafah, em 6 de maio, em antecipação a uma grande ofensiva terrestre, “600 mil pessoas fugiram”, segundo a ONU. Cerca de 1,4 milhão de pessoas, residentes e deslocados pelos combates, estavam até agora nesta cidade, apoiada pela fronteira com o Egito.

“As pessoas estão aterrorizadas e tentam fugir” para o norte e para a costa. “É muito difícil, porque não existe uma rota segura para sair de Rafah e certamente não existe um destino seguro em Gaza”, descreveu Jens Laerke, porta-voz do Ocha.

Em Haia, no segundo dia de audiência perante o mais alto tribunal da ONU, convocada pela África do Sul, que afirma que Israel teria intensificado uma campanha “genocida” com sua operação em Rafah, o representante israelense denunciou acusações “totalmente desconectadas” da realidade.

“Uma guerra trágica está em curso, mas não há genocídio”, disse Gilad Noam aos juízes. A audiência foi brevemente interrompida quando uma mulher gritou “mentirosos” ao concluir sua declaração.

A ONU e outras organizações não governamentais alertam regularmente para o risco de fome na Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 2,4 milhões de habitantes, 70% dos quais foram deslocados desde o início da guerra.

Três mortos no Líbano

O Exército israelense anunciou a morte de cinco soldados na quarta-feira por “fogo amigo” (de suas próprias tropas) durante combates em Jabalia. Um total de 279 soldados israelenses morreram desde que entraram em Gaza, em 27 de outubro.

Três pessoas, incluindo dois sírios, segundo uma fonte próxima ao movimento islâmico Hezbollah, foram mortas na manhã de sexta-feira em ataques israelenses que atingiram, segundo a mídia estatal libanesa ANI, duas localidades no sul do Líbano relativamente longe da fronteira. Estes ataques ocorrem num contexto de intensificação das trocas de tiros entre o movimento pró-iraniano e as tropas israelenses.



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