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Acidente
17/05/2024 06:00:00

Israel reforça tropas no sul de Gaza para ataque a Rafah, e Hamas volta a ter combatentes no norte


Israel reforça tropas no sul de Gaza para ataque a Rafah, e Hamas volta a ter combatentes no norte

Rfi

O ministro da Defesa israelense anunciou em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (16) que o Exército estava enviando tropas adicionais para participar dos combates terrestres em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde as operações militares "irão se intensificar", antecipou. Depois de quase oito meses de guerra, o movimento palestino Hamas ainda resiste, apesar de suas capacidades militares terem sido afetadas. 

“Tropas adicionais entrarão em” Rafah e “a atividade (militar) se intensificará”, disse Yoav Gallant, na quarta-feira, durante uma visita à área de conflito, de acordo com um comunicado de imprensa. Vários países estão preocupados com as consequências de uma operação terrestre em grande escala nesta localidade na fronteira com o Egito, onde centenas de milhares de civis deslocados buscam abrigo.

O Exército israelense afirma que os últimos combatentes do Hamas estão escondidos em Rafah. Apesar de enfraquecido, o grupo armado palestino ainda é capaz de disparar foguetes contra o território israelense.   

Após 223 dias de guerra, os combatentes do Hamas continuam presentes em toda a Faixa de Gaza. A realidade no terreno difere da afirmação feita em janeiro pelo Exército israelense, de que havia desmantelado o Hamas no norte do território palestino. Cinco meses depois, os militantes estão novamente em Jabaliya, no norte. 

 
 

“Ao nos retirarmos do norte, deixamos um vazio”, analisa Kobi Michael, pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Israel (INSS). "Devemos agora aprender as lições. Se abandonarmos uma área em Gaza, o Hamas entrará novamente. Infelizmente, a nossa retirada permitiu ao Hamas recuperar forças”, acrescentou.  

Israel afirma ter desmantelado 20 dos 24 batalhões do Hamas. Composto majoritariamente por reservistas, o exército de Tel Aviv não dispõe de meios militares para manter uma presença contínua em todo o território palestino.

“Não temos escolha”, explica Kobi Michael. "O exército israelense deve permanecer em Gaza até que a nossa missão, a erradicação do Hamas como organização estruturada, seja cumprida”, analisa.  

Depois disso, nas palavras do pesquisador, as operações militares poderão mudar de foco. “Uma vez desmantelado o Hamas, o exército poderá se retirar de Gaza e se posicionar nas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Depois, com base em informações precisas, poderemos entrar na Faixa de Gaza para operações específicas, como já estamos fazendo na Cisjordânia”, acrescentou Michael.  

O Hamas está “aqui para ficar” 

Apesar das perdas, o Hamas consegue manter uma guerrilha ativa. As suas células de combatentes são independentes umas das outras e perseguem constantemente as tropas israelenses. Através de túneis, os combatentes aparecem em qualquer lugar da Faixa de Gaza, colocam minas, disparam foguetes contra blindados israelenses e desaparecem imediatamente no subsolo. 

Na quarta-feira, o líder do Hamas, Ismaïl Haniyeh, afirmou que o movimento islâmico, que tomou o poder em Gaza em 2007 e que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometeu aniquilar, estava disposto a resistir e que decidiria com outras facções palestinas a governança em Gaza, depois da guerra contra Israel. 

Conferência internacional pela paz 

Antes de uma reunião de líderes árabes para uma cúpula dominada pela guerra entre Israel e o Hamas, o rei do Bahrein convocou, nesta quinta-feira, uma “conferência internacional pela paz” no Oriente Médio. A monarquia do Golfo apela a uma reunião no Oriente Médio e a "apoiar o pleno reconhecimento do Estado da Palestina e a sua adesão às Nações Unidas", declarou Hamad bin Issa Al Khalifa, na abertura da 33º Cúpula da Liga Árabe, em Manama. 

Convidado para o evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou que a guerra que assola a Faixa de Gaza há mais de sete meses é “uma ferida aberta que ameaça infectar toda a região”. Ele reiterou o seu apelo à “libertação incondicional de todos os reféns” e a um “cessar-fogo humanitário imediato”. 

“Qualquer ofensiva contra Rafah é inaceitável”, acrescentou Guterres, enquanto Israel ameaça lançar uma grande ofensiva contra esta cidade no sul da Faixa de Gaza, apesar do grande número de deslocados. 

Abbas responsabiliza o Hamas 

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, acusou nesta quinta-feira o movimento islâmico palestino de ter “dado pretextos” a Israel para atacar a Faixa de Gaza. “A operação militar realizada unilateralmente pelo Hamas naquele 7 de outubro deu a Israel mais pretextos e justificativas para atacar a Faixa de Gaza, matando, destruindo e deslocando centenas de milhares de pessoas”, disse Abbas durante o encontro da Liga Árabe, no Bahrein. 

Desde o início, a guerra deixou 35.272 mortos na Faixa de Gaza, de acordo com o último balanço do ministério da Saúde do Hamas, divulgado hoje. Em 24 horas, foram registradas pelo menos 39 mortes adicionais, de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério, que relatou um total de 79.205 feridos.



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