A Referência
O Estado Islâmico, através de seu braço afegão, assumiu a autoria de um atentado a bomba que atingiu ao menos 12 policiais ligados ao Taleban na cidade de Faizabad, na província de Badakhshan, no Afeganistão, na quarta-feira (8). O Taleban confirmou o ataque, segundo informações da rede Fox News.
O grupo responsável pelo atentado é o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), que opera no Afeganistão desde 2015 e surgiu na esteira da criação do EI do Iraque e da Síria. Foi formado originalmente por membros de grupos do Paquistão que fugiram da crescente pressão das forças de segurança paquistanesas.
Os ataques suicidas são a principal marca do EI-K, que habitualmente tem uma alta taxa de mortes por atentado. O mais violento deles ocorreu durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), quando as bombas do grupo mataram 182 pessoas na região do aeroporto de Cabul.
O EI-K já começou a agir além das fronteiras afegãs, sendo a ação mais impactante registrada em Moscou, em março deste ano. Quatro homens com rifles automáticos invadiram a casa de shows Crocus City Hall e dispararam contra a multidão, matando mais de 140 pessoas.
No ataque aos agentes de polícia ligados ao Taleban, um homem em uma motocicleta se aproximou das vítimas e ativou uma bomba que carregava junto ao corpo. As autoridades talibãs não informaram o número exato de mortos, mas disseram que ao menos 12 pessoas foram atingidas, entre mortos e feridos.
“A explosão ocorreu quando o comboio policial passava com o propósito de erradicar a papoula do ópio”, disse o porta-voz do Ministério do Interior talibã, Abdul Matin Qaniee, de acordo com o jornal The Jerusalem Post.
No Afeganistão, os principais alvos do EI-K têm sido a população civil, sobretudo membros de minorias étnicas xiitas, e os próprios talibãs, tratados como apóstatas pelo Khorasan sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática.