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04/04/2024 22:00:00

Rombo de mais de 11 Bilhões nas prefeituras, seria um dos motivos da pressão pela desoneração

Rombo de mais de 11 Bilhões nas prefeituras, seria um dos motivos da pressão pela desoneração

Agora Notícias Brasil

O ano em que os brasileiros vão escolher novos prefeitos começa com uma marca história da administração municipal: nunca o rombo nas contas municipais foi tão grande.

Dados do Banco Central mostram que o conjunto das prefeituras acumulou R$ 11,5 bilhões em déficit no acumulado de 12 meses até janeiro. O indicador mostra que o rombo acumulado das prefeituras tem registrado recorde nos últimos seis meses — entre agosto de 2023 e janeiro de 2024.

O déficit é o chamado primário — já que não leva em conta o pagamento de juros da dívida.

A piora dos números é fruto de uma série de fatores.

Primeiro, é preciso observar o comportamento do caixa das prefeituras durante a pandemia. O aumento das transferências federais e estaduais ajudou a garantir superávits municipais em praticamente todos os meses de agosto de 2020 e o mesmo mês de 2022.

Dados do Tesouro Nacional indicam que as transferências federais para as prefeituras, que somaram R$ 200 bilhões em 2019, saltaram 12% para R$ 224 bilhões no ano da chegada da Covid-19.

E os valores continuaram aumentando nos anos seguintes: aumento real de 3% para R$ 231,2 bilhões em 2021 e salto de 20% no ano das eleições municipais, para R$ 276,4 bilhões. Os números estão atualizados pela inflação.

Aparentemente, as prefeituras começaram a direcionar parte desses recursos para despesas permanentes. E, então, vem o baque de 2023. No ano passado, as transferências somaram R$ 275,9 bilhões — queda real de 0,18%.

Também há queda real dos repasses estaduais em vários municípios.

Com esse ambiente com transferências contidas, prefeitos se aproximam das eleições de outubro com o mesmo plano de sempre: antecipar gastos e obras porque a legislação restringe gastos nos meses que antecedem as eleições.

Juntos, esses fatores explicam o rombo recorde no caixa das prefeituras. São essas mesmas prefeituras que pressionam o Congresso Nacional para o alívio nos impostos na folha de pagamento.

Sobre cortes de gastos na esfera municipal, não se houve falar.