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Pelo menos 10 palestinianos, incluindo três crianças e uma mulher, foram mortos num ataque aéreo israelita a Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, na noite de terça-feira. As forças israelitas atacaram também a cidade de Gaza e Khan Younis, segundo a Wafa, agência de notícias palestiniana, citada pela Al Jazeera.
Pelo menos quatro palestinianos foram mortos durante ataques israelitas em vários locais da Cisjordânia ocupada. A última vítima foi um jovem que foi baleado no chão de um hospital em Jenin.
As forças israelitas invadiram a cidade e o campo de refugiados de Jenin, destruindo infraestruturas e entrando em confronto com combatentes palestinianos, nomeadamente as Brigadas de Jenin, um grupo de resistência palestiniano.
Dezenas de veículos militares e bulldozers israelitas, apoiados por drones e por uma unidade especial à paisana, participaram na ivestida.
Foram ainda registados ataques israelitas noutras localidades da Cisjordânia, designadamente em Anabta, a leste de Tulkarem, onde foram disparados tiros, e na aldeia de Burin, a sul de Nabus, com as forças israelitas a atacarem um veículo, ferindo um homem de 35 anos e o seu filho de três meses.
Desde 7 de outubro, um total de 430 palestinianos, incluindo 115 crianças e três mulheres, foram mortos na Cisjordânia ocupada por ataques do exército israelita e de colonos, segundo o Ministério da Saúde palestiniano e a Sociedade Palestiniana de Prisioneiros.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou na terça-feira que vai "garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça para Israel".
Netanyahu reiterou a promessa de alargar a ofensiva terrestre à cidade de Rafah, no sul do enclave, onde metade da população de Gaza procurou refúgio, e continuar a lutar até que o Hamas seja desmantelado e todos os prisioneiros que detém sejam devolvidos.
O chefe do governo de Israel assegura que as forças armadas estão a minimizar o número de vítimas civis.
"Vamos terminar o trabalho em Rafah, permitindo que a população civil saia do perigo. Tomámos medidas para minimizar as baixas civis que nenhum outro exército tomou na história", afirmou.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Cameron, instou Israel a abrir um dos seus portos para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza por via marítima.
"Se Israel quisesse realmente ajudar, poderia abrir o porto de Ashdod, em Israel, que é um porto em pleno funcionamento, o que poderia maximizar a entrega de ajuda de Chipre diretamente a Israel e, consequentemente, a Gaza", sublinhou Cameron na intervenção na Câmara dos Lordes, numa altura em que o navio da ONG espanhola Open Arms está a caminho de Gaza com ajuda para o território palestiniano.
O antigo primeiro-ministro britânico deixou claro que o apoio humanitário por terra não pode ser descurado.
"Temos colaborado com a Jordânia nas entregas de ajuda humanitária e estamos agora a trabalhar com parceiros para operacionalizar um corredor de ajuda marítima a partir de Chipre. No entanto, isto não pode substituir a entrega por terra, que continua a ser a melhor forma de fazer chegar a ajuda à escala necessária", frisou.
"Israel tem de eliminar as restrições à ajuda e restabelecer a eletricidade, a água e as telecomunicações", acrescentou.
Entrega de comida por via aérea
Na terça-feira, a Força Aérea dos Estados Unidos divulgou um vídeo que mostrava um HC-130J Combat King II a lançar ajuda humanitária no norte de Gaza. O avião tinha sido carregado num local não revelado antes de efetuar a operação.
De acordo com a Força Aérea americana, o lançamento aéreo, que teve lugar a 8 de março, incluiu 16 pacotes de alimentos, com arroz, farinha, leite, massa e comida enlatada, "fornecendo refeições aos civis mais necessitados de assistência devido ao conflito em curso na região".
Ainda assim, os grupos de ajuda humanitária alertam que só a entrega de camiões em grande escala pode evitar a fome.