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A Polícia Federal prendeu o chefe de uma aldeia indígena no Amazonas suspeito de estuprar e abusar sexualmente de três jovens; uma engravidou aos 11 anos de idade.
Idomar Carvalho Maciel é o chefe da comunidade indígena Terra Preta, em Autazes, interior do Amazonas. O primo dele, José Davi, foi preso em casa. A PF investiga os dois pela suspeita de estuprar um menina que na época tinha 11 anos, e de abusar sexualmente de outra de 12 e de uma adolescente de 16 anos. Todas as vitimas são indígenas. A menina de 11 anos engravidou.
A família descobriu a gravidez porque a menina sentiu dores no estômago e teve ser levada a um hospital. Ela, então, revelou que tinha sido estuprada. O bebê nasceu em outubro. A mãe denunciou o caso à Polícia Federal. Os suspeitos são parentes da vítima e cuidavam da menina quando a mãe saia para trabalhar.
Segundo as investigações, Idomar pressionava as famílias para que não denunciassem os crimes à polícia. Ele ameaçava cortar os benefícios sociais que dependiam da autorização dele e até de expulsar as famílias da aldeia.
Os suspeitos vão responder pelos crimes de estupro de vulnerável, abuso de poder, coação de vítimas e cerceamento de direitos básicos indígenas.
A polícia vai realizar testes de DNA para confirmar a paternidade do bebê, que está sob guarda da mãe e da avó. A delegada elogia a coragem da avó.
"Ela é uma viúva, então é uma mulher que ela é chefe da família dela. E, como chefe de família, ela realmente... Acho que ela fez um papel brilhante e, felizmente, nós estamos aqui para terminar o trabalho que ela começou", diz Letícia Prado, delegada da PF-AM.
Agora, a avó ajuda a filha a enfrentar os traumas
"Eu converso com ela muito, para que ela não se sinta só. Sinta-se sempre acolhida, que eu vou estar sempre ali, perto dela".
A Funai declarou que tem prestado apoio à vítima e à família dela, e que tem atuado nas comunidades para que não ocorram situações de violência como essa.