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Crise na Venezuela
30/08/2023 04:00:00

Anistia Internacional alerta que prisões arbitrárias continuam acontecendo na Venezuela

A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta terça-feira (29) as detenções por motivos políticos, que continuam acontecendo na Venezuela

Anistia Internacional alerta que prisões arbitrárias continuam acontecendo na Venezuela

Cm RFI

"As detenções arbitrárias por motivos políticos na Venezuela continuam sendo parte de um ataque sistemático e generalizado contra a população no país, com o objetivo principal de silenciar aqueles que discordam do governo de Nicolás Maduro ou com outros fins políticos", afirmou a ONG em um relatório sobre as detenções registradas entre 2018 e 2023.

"A diversidade dos perfis das pessoas detidas arbitrariamente na Venezuela mostra que a perseguição não é exercida apenas contra as pessoas com opiniões diferentes, mas que também busca enviar uma mensagem de intimidação aos parentes ou pessoas próximas que procuram reprimir", afirma a organização no relatório "Vidas Detidas".

A Anistia Internacional destaca que foi "consolidada a criminalização" das pessoas com tribunais com competência para casos de terrorismo e alertou que isso agrava as consequências do processo criminal.

A organização de defesa dos direitos humanos também identificou "padrões" nas detenções: ocorrem sem ordens judiciais ou "independência judicial", as leis são aplicadas de forma "ambígua" e utiliza-se "a falta de comunicação e o isolamento das pessoas detidas", entre outras medidas.

"O direito à liberdade, ao julgamento justo, à integridade e a não ser submetido a torturas ou maus-tratos é violado com frequência com essas práticas", afirma o relatório.

Segundo a AI, a Venezuela tem quase 300 pessoas detidas por motivos políticos, incluindo nove casos que são considerados "emblemáticos", como o de Javier Tarazona, diretor da ONG FundaRedes, que atende moradores de áreas de fronteira.

Tarazona foi detido em julho de 2021 e indiciado por "terrorismo", depois que acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de ter vínculos com a guerrilha colombiana ELN.

A Anistia Internacional pediu ao Estado a libertação de todos os detidos e fez um apelo à comunidade internacional para exigir garantias da Venezuela e evitar a repetição das detenções.

Também pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que inclua os casos na investigação que realiza por supostos crimes contra a humanidade cometidos durante o governo de Maduro.

(com AFP)