Com G1
O milho foi o produto que registrou a maior taxa de crescimento no volume embarcado, com 86%, de acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da USP em Piracicaba (SP). Os estudos apontam que as exportações brasileiras de produtos agropecuários seguiram avançando no primeiro semestre deste ano.
A soja em grão apresentou o maior volume exportado, com 49% de todo o volume escoado pelo agronegócio brasileiro e 40% do valor gerado pela receita em dólar. De acordo com pesquisadores do Cepea, o ano tem sido muito favorável aos produtos do complexo da soja e aos setores sucroalcooleiro e florestal.
Os estudos mostram que o faturamento em dólar do setor cresceu 4,5% no primeiro semestre de 2023, sendo puxado pelo maior volume embarcado, que aumentou 14%. Os preços médios em dólar caíram pouco mais de 8%.
Desde 2022, os valores dos alimentos têm apresentado tendência de queda, conforme indicação do índice das Nações Unidas (FAO). Essa redução dos preços médios de alimentos e energia no mercado internacional, de acordo com pesquisadores, se deve ao arrefecimento na taxa de crescimento da demanda global em 2023, com destaque aos problemas enfrentados pela China mais recentemente, e ao aumento da produção mundial.
Para o segundo semestre do ano, o comportamento dos preços internacionais das commodities vai depender do tamanho da safra no Hemisfério Norte e da ocorrência de eventos inesperados ao longo do período.
Para o câmbio, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é de que se mantenha ao redor de R$5 /US$ neste segundo semestre; no entanto, a continuidade da elevação dos juros no mercado norte-americano deve atrair mais capital para esse país, pressionando o valor do dólar ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Também é possível que a inflação no Brasil aumente nos próximos meses, mas feche em torno de 4% no acumulado do ano. Com isso, o efeito combinado de ambos sobre a rentabilidade em reais do setor não deve resultar em grandes oscilações nos próximos meses.