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Justiça
22/08/2023 14:00:00

Cármen Lúcia dá 48h para juiz explicar arquivamento de ação contra Cid

Juiz não viu crime na conduta do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que ficou em silêncio em sessão da CPMI do 8 de Janeiro

Cármen Lúcia dá 48h para juiz explicar arquivamento de ação contra Cid

Com Metropóles

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STFCármen Lúcia deu um prazo de 48 horas para o juiz federal Antonio Claudio Macedo da Silva prestar “informações pormenorizadas” sobre arquivamento de um pedido de investigação contra o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Em 28 de julho, o titular da 10ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal arquivou uma representação de membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que alegaram que, em depoimento em 11 de julho, Cid teria abusado do direito ao silêncio.

Entenda

A ministra Cármen Lúcia havia concedido a Cid um habeas corpus para que ele não fosse obrigado a responder perguntas que o incriminassem.

Representantes da CPMI, porém, dizem que o habeas corpus não isentava Mauro Cid de responder perguntas que não o comprometessem. Cid ficou calado no depoimento.

Ao negar liminar (decisão provisória) suspendendo a decisão judicial, Cármen Lúcia pediu “exame mais detido” no julgamento da reclamação da comissão. Ela indicou que ainda não há clareza sobre o descumprimento do habeas corpus pela decisão do juiz Antonio Claudio Macedo da Silva.

“No exame dos elementos apresentados, impossível afirmar, imediatamente, ter a autoridade reclamada infringido a decisão proferida no habeas corpus”, afirmou.

A magistrada pediu que o juiz seja oficiado para prestar esclarecimentos:

“Oficie-se, com urgência, ao Juiz Federal Antonio Claudio Macedo da Silva, titular da Décima Vara Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, para, no prazo máximo de quarenta e oito horas, prestar informações pormenorizadas quanto ao alegado nesta reclamação”.

Calado e fardado

A sessão da CPMI do 8 de Janeiro que ouviria Mauro Cid teve início às 9h do dia 11 de julho e foi encerrada por volta das 19h. O objetivo principal do encontro era questionar o ex-auxiliar de Bolsonaro sobre sua atuação em um plano golpista após a derrota do então presidente nas eleições de 2022.