Com Tribuna Hoje
Na contramão do que disse o atual presidente do IBAMA, o ex-deputado Federal Rodrigo Agostinho, que afirmou, ao ser nomeado em fevereiro último, que não permitiria mais a quantidade assustadora de assédios e perseguições a servidores do órgão, ocorridas no governo Bolsonaro, em Alagoas, duas servidoras terceirizadas acabam de denunciar situação de abuso, perseguição e assédio moral contra o recém nomeado superintendente do órgão, Rivaldo Couto dos Santos Júnior, ao Ministério Público Federal.
Júnior, que é concursado e assumiu o cargo interinamente após a exoneração de Kenny Wilson, foi nomeado no último dia 2 de agosto pela Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é alvo de pelo menos três denúncias no MPF. A de duas funcionárias, Maria José Sarmento de Azevedo e Alana Di Paula Ferreira da Silva, assistentes administrativas da LBM Serviços e Construções Eireli, que atuam no órgão como terceirizadas e mediante contrato. E a do servidor Elves André, técnico ambiental, que chegou ao órgão através do concurso em 2022, que na gestão do ex-superintendente Kenny Wilson, tinha sido nomeado primeiro chefe da Divisão Técnica do Ibama no Brasil.
A Tribuna Independente teve acesso às duas denúncias que foram encaminhadas ao Ministério Público Federal, e que segundo consta Rivaldo tentou demiti-las de ofício. Porém, a empresa responsável, solicitou relatório, que acabou sendo respondido, com um copia e cola do termo de referência do edital de contratação. Por outro lado, o Chefe da Divisão Administrativa e Financeira, Igor Duarte, ao tomar conhecimento, resolveu emitir relatório contestando a análise do atual superintendente. “Em relação ao cargo de Assistente Administrativo, as mesmas apresentam experiências no serviço público (Maria José - pelo menos 5 anos e Alana Di Paula - pelo menos 6 anos), e cumprem com o horário de trabalho", afirmou o chefe do setor em seu despacho.
Na denúncia ao MPF, as duas colaboradoras declaram estar sofrendo assédio dentro da repartição. Maria José afirma que está fazendo questão de levar a situação adiante para provar que as informações passadas à empresa sobre seu trabalho, são negativas. Já Alana declarou em sua denúncia "estar passando por episódios humilhantes em meu trabalho no Ibama Alagoas".
Além disso, o recém nomeado superintendente, também é alvo de uma terceira denúncia, do servidor Elves André, técnico ambiental, que chegou ao órgão no concurso em 2022, sendo nomeado na época como o primeiro chefe da Ditec Ibama no Brasil, que é a principal divisão do órgão. Antes de assumir a posição de chefe do setor, Elves, autista grau 1, viveu um fato inédito. Antes de sua nomeação, Rivaldo, já sabendo do autismo do colega, segundo consta na denúncia, resolveu acessar o sistema interno do Ibama, SEI, e apagou vários lembretes referentes a processos em análise do órgão, como relatórios para alimentar processos, inclusive do MPF e da PF, entre outros órgãos.
Elves André, que também é advogado, foi nomeado recentemente membro em defesa do autismo dentro da Ordem dos Advogados do Brasil.