Hospital quase centenário em União dos Palmares está novamente ameaçado de fechar

Da Redação Agência Tribuna União

O Hospital São Vicente de Paulo localizado no centro comercial de União dos Palmares mantido até agora pelos Vicentinos (que é um segmento de Igreja Católica) e já prestou relevantes serviços a Região da Mata alagoana e até o Agreste Pernambucano pelo fato de em seus tempos áureos oferecer gratuitamente uma gama de serviços gratuitos a comunidade carente e até de pacientes segurados pelos SUS.

O Provedor ou o Diretor-Executivo do hospital era sempre uma figura escolhida na sociedade local sendo uma pessoa ilibada que tinha autonomia em seus negócios privados exatamente para não se beneficiar das verbas repassadas ou das doações pelos órgãos como o governo federal.

Desde que este critério deixou de ser adotado e foi substituído pelo critério de escolha política que houve uma profunda modificação na maneira de administrar, mesmo porque os executivos não tinham que prestar contas a ninguém. Foi nesse período que o velho ‘São Vicente’ como a comunidade o chama carinhosamente, começou a decair vertiginosamente chegando ao ponto atual: hoje mantém 30 funcionários que não receberam o 13º. Salário e já acumulam 05 meses de salários atrasados.

Quando o governador hoje Senador Renan Filho decidiu construir o Hospital Regional da Mata travou-se uma disputa ferrenha pelas cotas participativas como as Guias de Internamento do INSS, incentivos do Ministério de Saúde e emendas de parlamentares para a compra de equipamentos e material cirúrgico... os políticos investiram no novo hospital e deixaram o São Vicente sem nenhum subsidio que ao menos garantisse sua sobre-exisencia.

A alternativa dos Vicentinos foram os serviços da Maternidade, serviço de raios-X, Laboratoriais, Endoscopia, Cirurgias e Consultas Clinicas o que, segundo disse um funcionário, é insuficiente para a manutenção do hospital pelos preços cobrados (serviços particulares) em uma cidade reconhecidamente pobre sem industrias e que sobrevive da mão de obra informal, do pagamento aos aposentados e pensionistas e do pagamento da prefeitura a seus funcionários.

Recentemente alguns membros das redes sociais locais publicaram que o Dr. Areski Freitas atual gestor municipal estaria em contato com a cúpula diretiva dos vicentinos em Alagoas no sentido de a municipalidade encampar a direção do hospital e o transformar na UPA municipal.

O lado oposto desta história está a menos de 3 quilômetros de distância: recentemente a Secretaria Estadual de Saúde encerrou o contrato com uma empresa de Segurança e despediu, a pretexto de economia, 300 funcionários do Hospital da Mata (que teria 900 servidores de toda a região), o que vem comprovar ser a instituição um autêntico cabide de empregos.

Para resumir o assunto, parte dos funcionários que escaparam do ‘corte’ seguem novo critério de trabalho a exemplo de uma triagem, e outros critérios que proporcionam a demora no atendimento dos pacientes em um hospital de emergência.

Como se avizinha uma eleição municipal e ao que, segundo comentários, tudo indica não está havendo uma consonância entre os governos municipal e estadual em função do prefeito não absorver a determinação do atendimento aos seus munícipes ser após o atendimento em um posto do município, o ideal seria reativar o Hospital São Vicente. Estrategicamente localizado, estrutura pronta para atender toda comunidade a depender de algumas contratações, cuja grande parte da despesa estaria assegurada pelas verbas assistenciais do governo federal e do próprio estadual. Seria uma ‘jogada de mestre’ e a população agradeceria.