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Saúde
23/06/2023 08:00:00

Pesquisa nos EUA revela medicamento capaz de reduzir mortes de pacientes com câncer de pulmão

O Osimertinibe, que trata um tipo específico de câncer de pulmão, permitiu uma sobrevida de cinco anos para voluntários, além de ter reduzido pela metade o risco de morte em pacientes já operados

Pesquisa nos EUA revela medicamento capaz de reduzir mortes de pacientes com câncer de pulmão

Um estudo feito nos Estados Unidos mostra que um novo fármaco reduz pela metade o risco de morte de pacientes de câncer de pulmão já operados. Além disso, o medicamento, chamado Osimertinibe, permitiu sobrevida de cinco anos para cerca de 88% dos voluntários da pesquisa. O câncer de pulmão é o mais letal dos cânceres e mata cerca de 3 milhões de pessoas por ano, no mundo todo. A pesquisa foi divulgada em Chicago durante a maior conferência anual de especialistas em câncer, organizada pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco).

Gilberto Castro, oncologista e chefe do grupo de Oncologia Clínica de Tórax, Cabeça e Pescoço do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), explica as condições para ser tratado com o Osimertinibe: “Não é todo mundo que vai se beneficiar desse tipo de tratamento, são somente aqueles pacientes que têm esse tipo específico de câncer de pulmão que se chama adenocarcinoma e que apresenta a mutação do EGFR”.

Gilberto Castro – Foto: Arquivo Pessoal

EGFR é a sigla para Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico, uma proteína presente num gene que sofre mutação durante o câncer de pulmão e é também um dos requisitos para o tratamento com o fármaco: “É um medicamento que já é utilizado há vários anos no tratamento de um tipo específico de câncer de pulmão, que é o câncer de pulmão que apresenta uma mutação, uma alteração lá no DNA do tumor, num gene que é responsável pela proteína EGFR; 25% dos pacientes com um tipo específico de câncer de pulmão, o adenocarcinoma, apresenta essa alteração molecular, a mutação do EGFR”. 

A descoberta do Osimertinibe não anula a necessidade de cirurgia nem da quimioterapia. “O que a gente já sabia anteriormente do tratamento dessa doença não deixou de ser válido. Ou seja, é preciso operar quando dá para operar, precisa fazer quimioterapia quando tem que fazer quimioterapia. A informação nova foi justamente esse ganho de sobrevida.” Nem todos os pacientes vão precisar desse tipo de tratamento. Apenas com a detecção da mutação do EGFR, via exame, é que o medicamento deve ser recomendado pelos médicos. 

Descobrindo o câncer de pulmão

O médico destaca que o câncer de pulmão normalmente demora a ser percebido por quem o tem e que isso prejudica as chances de cura. “Infelizmente, nos estágios iniciais, o paciente não apresenta sintomas que a gente observa naqueles pacientes que têm câncer de pulmão avançado. Os sintomas que os pacientes apresentam são sintomas gerais, como emagrecimento, perda de apetite e perda de energia para fazer as coisas. São sintomas muito discretos que as pessoas confundem com alguma pequena infecção, algum resfriado, uma gripe.” 

Por isso, a atenção e os cuidados com a saúde devem ser constantes. “Recomendações gerais de atenção à saúde, como ter uma dieta saudável, prática de exercício físico, evitar fazer sexo desprotegido são medidas de saúde que vão acabar prevenindo de outros cânceres. Além desses, deve-se evitar o tabagismo, que é o principal fator de risco para câncer de pulmão.