Em União dos Palmares, kits de robótica estão guardados em caixas sem funcionalidade

Com anoticiaalagoas.com.br

Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira, 20, os kits de robótica adquiridos há um ano e três meses por meio de um contrato sob suspeita de corrupção ainda estão encaixotados nas escolas municipais de União dos Palmares. O município, com uma população de 65 mil habitantes, localizado na zona da mata alagoana, recebeu um montante de R$ 7,48 milhões do governo federal durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), por meio de emendas parlamentares de relator, para a compra desses kits por meio de um programa do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, ligado ao Ministério da Educação.

Os equipamentos continuam nas caixas nas escolas João Costa de Oliveira, que atende 1.200 alunos do ensino fundamental e EJA, na Jairo Correia, que atende 1.115 alunos, e na escola rural Maria Mariá de Castro Sarmento, localizada no povoado de Santa Fé, com 400 alunos. No total, foram recebidos 460 kits. Autoridades como a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União estão investigando o desvio de verbas públicas e o possível favorecimento de aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). União dos Palmares recebeu a maior quantia entre os municípios alagoanos contemplados pelo programa no ano passado.

A empresa fornecedora dos kits, a Megalic, localizada em Maceió, pertence ao pai de um vereador ligado ao grupo político de Lira. A empresa vendeu os equipamentos ao governo por um valor 420% mais alto do que o valor declarado de aquisição. Um assessor direto de Lira foi alvo de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal no contexto desta investigação. A compra dos kits de robótica para a Prefeitura de União dos Palmares ocorreu em março do ano passado. O prefeito da cidade, Areski Freitas Júnior, conhecido como Kil (MDB), é aliado do presidente da Câmara, que é líder do centrão e um dos idealizadores das emendas de relator, um instrumento considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).