Já na versão alegada pelo Ponte Negra, o incêndio começou após um dispositivo explosivo improvisado, colocado em um recipiente com combustível, ser acionado.
“São os funcionários dessa estrutura que fabricam processos criminais contra pessoas censuráveis, roubam negócios de empresários, organizam sabotagens contra civis, torturam opositores e eliminam fisicamente ‘concorrentes'”, disse o grupo.
Em seu canal no Telegram, o movimento Ponte Negra se define como “uma estrutura inexistente, sem participantes que não fazem nada para que o movimento partidário revolucionário cresça e se desenvolva na Rússia, que, como todos sabem, não existe e não pode existir”.
Pelo canal, o grupo também se diz “parte da nova resistência russa que decidiu lutar para ‘congelar’ ou ‘fugir'”. E insta os cidadãos russos insatisfeitos com o Putin a se engajarem no movimento.
“Apelamos a todos aqueles que não são indiferentes, aqueles que estão prontos para resistir ao regime com métodos radicais e já estão fazendo isso, para que mudem para objetivos mais sérios”, disse o grupo. “Não tenha medo. Deixe a ação cometida em Rostov-on-Don servir de exemplo para você e motivá-lo para novas conquistas, em ainda mais larga escala”.
As elites russas também estão na mira do grupo, que as classifica como “desperdício nojento, o pior tipo de pessoa que você pode encontrar no país”.
“Elas (as elites) odeiam a Rússia e a tratam como uma mina prestes a ser esgotada, não é mais do que uma fonte de renda. Você poderia minar o ecossistema de toda a região para ganhar algum dinheiro? Você precisa matar alguém? Ou talvez organizar um genocídio no país vizinho? Sem problemas! O que mais você poderia fazer por uma linda casa no lago?”, prega o grupo.
O objetivo final do Ponte Negra é “a resistência violenta e a destruição do regime de Putin como um todo”, sintetiza o grupo.
Outros grupos
O Ponte Negra não está ideologicamente sozinho. Outros grupos partidários reivindicaram a responsabilidade por ataques dentro da Rússia após Putin enviar suas tropas para a Ucrânia há 13 meses.
Entre as ações de guerrilha, escritórios de alistamento militar foram incendiados com uso de coquetéis molotov e ferrovias foram sabotadas para impedir o transporte de equipamento militar para a Ucrânia, além de uma série de outros incêndios misteriosos coordenados no país.
Um dos atos de maior repercussão foi a morte de Darya Dugina, filha do filósofo ultranacionalista russo Alexander Dugin, um aliado do presidente Vladimir Putin. A responsabilidade pelo atentado – o carro da jornalista de 29 anos explodiu nos arredores de Moscou em agosto de 2022 – foi assumida pelo Exército Nacional Republicano.

