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27/01/2010 00:00:00

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com tudonahora // josenildo torres

Entre os nove integrantes da quadrilha especializada em fraudar o Seguro DPVAT em Alagoas, estão um advogado que é irmão de um juiz alagoano e um ex-sócio de um desembargador. A informação foi repassada na tarda desta quarta-feira pela cúpula da Secretaria de Estado da Defesa Social (SDS), depois que 60 policiais civis deflagraram a Operação Muleta.

A ação cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Alagoas e Sergipe. Oito pessoas foram presas, sendo cinco advogados, dois corretores de seguros e uma serventuária do Judiciário.

Foram presos os corretores de seguros Manoel Jailton e Jânio Gomes, da serventuária da Justiça, Walquíria Malta Gaia, e dos advogados Francisco Crispi, Kelmany Maycon dos Santos, Cristiano Gomes de Melo e José Walmor Rhiaro de Souza Lima e Carlos André Marques dos Anjos, integra a quadrilha o advogado Rogério Cavalcante Lima, que é filho do juiz falecido Geraldo Lima, irmão do também juiz, Ricardo Lima, e ex-sócio do desembargador Tutmés Airan. Ele também forjaria processos de supostas vítimas de acidentes de trânsito, segundo apontaram as investigações e, por isso, está sendo procurado por agentes do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre).

No escritório do acusado, também funcionava uma central para a elaboração de processos fraudulentos contra o seguro DPVAT. Essa foi a versão apurada pelas investigações da Polícia Civil (PC), que duraram três meses, segundo o secretário de Estado da Defesa Social, Paulo Rubim.

Quanto à possível participação do juiz e do desembargador com o Rogério Cavalcante Lima, o secretário de Estado da Defesa Social não quis se pronunciar. Segundo ele, as investigações não apontaram que ambos tiveram envolvimento com a fraude do Seguro DPVAT. “Eles apenas têm ligação com os acusados, mas não indícios de que participaram do esquema fraudulento ou de que o facilitaram”, pontuou.

“Os advogados e a serventuária da Justiça que foram presos pela PC se encontram detidos no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas. Já os corretores foram transferidos para a Casa de Custódia”, revelou o secretário, ao frisar que todos responderão judicialmente pelos crimes de corrupção ativa e passiva, estelionato, formação de quadrilha e falsificação de documentos.

O esquema


Ainda de acordo com Paulo Rubim, o esquema fraudulento funcionava com os advogados forjando processos judiciais. Para isso, eles recrutavam vítimas que não existiam e remetiam-nos para o 1º Juizado de Arapiraca, tramitando em tempo recorde, com o aval da serventuária do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), Walquíria Malta de Gaia, segundo apontaram as investigações realizadas pela PC/AL.

Cada processo, após a sua conclusão, rendia para a quadrilha cerca de R$ 13.500, mas o número exato a cúpula da SDS não soube informar. Sabe-se, apenas, que 1.506 tramitaram no 1º Juizado de Arapiraca com o propósito de obter o Seguro DPVAT, mas é desconhecido, ainda, quantos deles eram fraudulentos.



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