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22/01/2010 00:00:00

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com alagoas24horas // Fonte Washington Gurgel

A história poderia servir como enredo para um roteiro de filme, mas é real e faz parte da vida do jovem jogador de futebol João Paulo da Silva, hoje, com 20 anos. Há uma década ele não vê a família que, até 1999, morava no município de Cacimbinhas, no interior de Alagoas. Atualmente, João Paulo vive perambulando pelas ruas do Recife em busca de uma oportunidade em um dos clubes de futebol pernambucano.

O atleta chegou à capital pernambucana há 3 meses vindo de São Paulo onde viveu até o ano passado. Ele conta que saiu de Cacimbinhas na companhia do pai, o domador de cavalos desempregado, Avanildo Basílio da Silva, que a exemplo de tantos nordestinos, partiu em busca de um emprego na cidade grande. Na época, Avanildo deixou para trás a esposa Josefa Bezerra da Silva – hoje com aproximadamente 45 anos – e as filhas Joselma, Juliana, Jucimara e Juçara Bezerra da Silva, todas mais velhas que João Paulo. “Quando chegamos em São Paulo meu pai casou com outra mulher. Minha mãe descobriu e deixou a cidade de Cacimbinhas. Desde então nunca mais vi minha família”, conta o atleta.

O golpe mais forte viria dois anos depois. Em 2001 Avanildo morreu e João Paulo foi entregue pela madrasta ao conselho tutelar do município de Paulo Farias, em São Paulo. “Três dias depois que meu pai morreu, ela me levou para o conselho tutelar dizendo que iríamos fazer compras, mas na verdade fui levado para um orfanato onde vivi até os 15 anos”, recorda. O conselho tutular de Paulo Farias ainda tentou contato com a família do jovem, mas a resposta que recebeu foi de que dona Josefa e as filhas já não viviam mais na pequena Cacimbinhas.

Do orfanato, João Paulo saiu para o Guarani de Campinas, onde afirma ter jogado pelas divisões de base. A investida no clube paulista não deu certo, mas o sonho de se tornar jogador profissional não acabou. “Desde que cheguei ao Recife já dormi dias na frente da sede dos principais times até conseguir uma oportunidade para fazer um teste em um clube da segunda divisão”, afirma o atleta.

Enquanto a grande chance profissional não chega, João Paulo perambula pelas ruas da capital pernambucana. Sem família e sem emprego ele dorme pelas ruas, embaixo de marquises, e conta com a solidariedade das pessoas para se alimentar. O atleta diz que ser jogador profissional e reencontrar a mãe e as irmãs são sonhos que hoje caminham juntos e não perde a esperança de um dia voltar simplesmente a ter uma família.



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