gaúcha Olívia Franco da Silva comemora cem anos nesta sexta-feira (14), em Alvorada (RS). Com um cigarro na mão direita e um copo de cerveja preta na outra, ela desafia todos os protocolos de saúde. E não deve abrir mão de hábitos politicamente incorretos no jantar em que dançará a valsa do centenário. A idosa já alugou um vestido azul para a festa, que vai ter suas comidas preferidas: toucinho, torresmo e morcilha.
Os médicos e a família tentam convencê-la a moderar, mas Olívia não se intimida. Ela fuma uma carteira de cigarro a cada três dias, não recusa uma cervejinha, nem pensa em trocar carne gorda por sopa.
Apesar disso, não tem doença aparente. "Agora que tenho essa idade, ninguém me governa mais. A gente vai fazer o que se não aproveitar a vida?", disse.
Família
Filha de agricultores, Olívia trabalhou desde a infância na roça. Na lida do campo, aprendeu que precisava de “sustância”. Ainda hoje, come viradinho de feijão no café-da-manhã. "Só falam de arrozinho, massinha, bolachinha. Essas comidas delicadas não dão força para a pessoa", afirma.
Mãe de 10 filhos, com “uma fazenda de netos, bisnetos e trinetos”, orgulha-se de nunca ter ficado internada em hospital. Acostumada a remédios caseiros, segue fazendo seu próprio xarope, com agrião.
Satisfeita com o século bem vivido, não deixou sonhos pelo caminho. Nem se arrepende de ter desistido do segundo casamento depois da viuvez, há 25 anos. Pra quem quer viver muito, ela não recomenda seguir o seu exemplo. "Tem que pedir ajuda a Deus, que ele é quem sabe", diz.
com G1* ( informações do Zero Hora)