A Coreia do Norte alertou nesta segunda-feira (13) as Nações Unidas sobre a presença de três porta-aviões americanos em manobras conjuntas com a Marinha sul-coreana. Segundo o regime, os exercícios podem alimentar a tensão regional e levar a uma guerra nuclear. O embaixador da Coreia do Norte junto à ONU, Ja Song Nam, enviou uma carta ao secretário-geral da organização, António Guterres, alertando para o risco de um conflito. "Os exercícios de guerra nuclear em grande escala e as chantagens nos fazem concluir que a opção que fizemos é a correta e que devemos nos manter neste caminho até o final", escreveu o diplomata, em referência ao programa militar e balístico do regime.
Segundo ele, a postura dos EUA é de “ataque” e torna "possível" a deflagração de uma guerra nuclear. As manobras de quatro dias dos EUA e dos sul-coreanos começaram no sábado, no oeste do Pacífico. Participaram os porta-aviões USS Ronald Reagan, USS Nimitz e USS Theodore Roosevelt, além de sete navios da Coreia do Sul. As embarcações americanas fizeram exercícios aéreos, de vigilância no mar e treinamento de combate aéreo defensivo, indicou a Marinha.
Estas são as primeiras manobras envolvendo três porta-aviões em uma década. O embaixador norte-coreano declarou que os Estados Unidos reativaram as saídas dos bombardeios estratégicos B-52 e estão realizando voos frequentes com bombardeiros B-1B e B-2 no espaço aéreo sul-coreano. Segundo o diplomata, o Conselho de Segurança "faz vista grossa com os exercícios de guerra nuclear dos Estados Unidos, que estão empenhados em levar a humanidade a um desastre catastrófico".
A Coreia do Norte realizou seu teste nuclear neste ano e testou diversos mísseis balísticos, incluindo intercontinentais. Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, visitou Tóquio, Seul e Pequim, e discutiu com as lideranças locais como enfrentar a ameaça nuclear de Pyongyang.
Em um discurso ao Parlamento sul-coreano na quarta-feira passada, o presidente Trump pediu à Coreia do Norte que não subestime os Estados Unidos, mas prometeu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, um "futuro melhor", se desistir das ambições nucleares.
Desmantelamento difícil
A Coreia do Norte poderá ter problemas para se desfazer de suas armas nucleares a curto prazo, segundo Moon Jae-In, presidente da Coreia do Sul. O motivo é a quantidade de armamento existente nas mãos do regime. Caso Pyongyang aceite a proposta, todas as possibilidades devem ser analisadas, disse.
Durante sua visita à Coreia do Sul na semana passada, Donald Trump se disse disposto a negociar com os norte-coreanos, desde que eles coloquem um fim em seu programa nuclear e em suas capacidades balísticas.
(Com informações da AFP)