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13/10/2008 00:00:00

Especiais


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Influenciados pela mídia e embevecidos pelo prazer de se sobressair diante dos demais adolescentes, uma espécie de concorrência, muitos jovens partiram para um caminho que pode não ter volta. Eles fazem uso de anabolizantes que trazem conseqüências gravíssimas ao organismo. Os profissionais da Saúde, por mais que alertem sobre os riscos, ainda não conseguiram incutir nos adeptos as suas orientações.

O anabolizante mais utilizado, segundo pesquisas e constatações, é o já bem conhecido Potenay. Ele é um complexo vitamínico e estimulante cardiorrespiratório indicado para a recuperação de animais debilitados, a exemplo de cavalos e bois, mas adotado erroneamente por atletas freqüentadores de academias, que querem resultado externo mais rapidamente, com as famosas “bombas”. Corpo bonito por fora e comprometido por dentro.

As reações com o uso constante dos anabolizantes são os mais diversos, desde a alteração no comportamento, o que tem causado transtornos para as famílias, levando casais, inclusive a separação. É o caso do comerciante C.G., de 43 anos, que tentou ajudar o filho mais velho, de 21 anos, e que é totalmente dependente do Potenay.

A família – que é de classe média alta- não suportou a situação e os pais do adolescente se separam. Para C.G., só foi descoberto que o filho fazia uso do medicamento, após uma séria crise, onde teve de ser levado para internação num hospital particular de Maceió.

“Lá no hospital, ele expelia uma secreção escura e se contorcia de dores. Era algo muito estranho. Depois de alguns exames, o médico detectou que ele era usuário de Potenay e que por conta da alta dosagem havia um comprometimento do fígado. Conversou com ele para explicar as conseqüências. Mas o meu filho não quis acordo. Disse que era consciente de tudo e que iria continuar e ninguém iria impedir. Então tentei falar com minha esposa, à época, para encontrarmos uma solução na tentativa de recuperá-lo. Achei que deveria cortar alguns benefícios, como proibir de sair com o meu carro e não liberar mais dinheiro. Cumpri a minha parte, ele se desesperava e a mãe, por trás, liberava tudo. Começamos a nos desentender e chegamos a separação, infelizmente o problema é sério”, disse o comerciante.

Os profissionais da Saúde sempre destacam alguns efeitos do uso de anabolizantes, entre os principais a redução da função sexual, lesões e câncer no fígado, aumento do nervosismo e da agressividade (caso do filho de C.G), derrame cerebral, parada cardiorrespiratória, redução no crescimento, entre outros. Para o sexo masculino, dizem os médicos, ainda ocorrem problemas de calvície, diminuição na produção de espermatozóides, atrofia dos testículos, ginecomastia (crescimento das mamas), além de dor e dificuldade de micção. Durante o processo de dopagem, o fator psicológico também age negativamente.

As polícias Federal (PF) e Militar já fecharam algumas academias em Maceió ao detectarem que os proprietários, ao invés de orientar os freqüentadores, eram os próprios fornecedores de anabolizantes. Uma delas foi a academia pertencente ao instrutor de musculação Auriberto Teixeira do Nascimento, vulgo “Beto”, que funcionava no bairro do Ouro Preto. À época, maio de 2007, foram encontrados em sua casa 79 frascos de Potenay (40 frascos secos, 35 frascos cheios e quatro utilizados parcialmente), 143 seringas descartáveis, 310 agulhas descartáveis e munição, além de três ampolas de lipostabil, com comercialização proibida pela ANVISA. A PF também recebeu a denúncia de que Beto vendia ecstasy.

com gazetaweb // dulce melo

 



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