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08/09/2008 00:00:00

Polícia


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No Brasil, mais de 27 mil mulheres estão atrás das grades. A cada ano, o número de homens presos cresce 4%. O de mulheres aumenta 11% - quase o triplo. Resultado: superlotação em presídios femininos em todo o país.


A Colônia Penal Feminina do Recife abriga mais de 500 detentas. Elas precisam dividir as camas, pois não há acomodação em número suficiente.

Segundo a ONG Pastoral Carcerária, o tráfico de drogas ocupa o primeiro lugar no ranking de crimes praticados por mulheres. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 86% das presas estão presas por venda de drogas.

As famílias também pagam pelos crimes. Algumas detentas contam que os filhos sofrem discriminação na escola e muitas crianças param de estudar. 

Na Colônia Penal do Recife, o promotor da Vara de Execuções Penais Marcellus Ugiette passa pelo pátio e é cercado pelas presas que até hoje não foram julgadas. Elas entregam papeizinhos com os próprios nomes na esperança de serem lembradas pela Justiça.

“Há uma deficiência muito grande no que diz respeito à escolta para audiência, que elas estão reclamando muito. E também aos julgamentos. Uma moça que furtou três saias está há mais de 1 ano e 3 meses presa sem ir para uma audiência”, diz o promotor.

“Lentidão do judiciário aumenta muito o número de pessoas presas, poderia estar respondendo processo na rua, mas enquanto você espera o juiz e espera um defensor público entrar em seu processo, você fica presa”, diz Heidi Cerneka, da Pastoral Carcerária-CNBB.

Enfrentar a burocracia e a demora do judiciário é uma segunda condenação. Só no Recife, mais da metade das mulheres estão presas ainda sem julgamento. Mas o esquecimento não é só da Justiça.

“A diferença realmente é brutal. Em torno de 85% dos homens presos recebem visitas femininas, de suas companheiras, de suas namoradas, suas esposas. Já com as mulheres, isso cai para dez vezes menos - em torno de 8% das mulheres apenas continuam recebendo visitas das suas relações afetivas, especialmente das de companheirismo ou conjugal”, diz Airton Michels, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

com G1



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