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saadya jezine
O presidente do
Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do
Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto, esteve em Manaus ontem
para anunciar o interesse de empresas de Santa Rita de Sapucaí, em Minas
Gerais, em investir na Zona Franca de Manaus (ZFM). A previsão é que até o
segundo semestre de 2016, 40 empresas sejam instaladas no polo, gerando mais de
3 mil novos empregos, com faturamento de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.
A decisão de
transferir-se para Manaus é uma resposta à crise econômica que o País enfrenta,
uma vez que os incentivos da Zona Franca de Manaus garantam maior competitividade
no cenário adverso. Para Rodrigo Borges, diretor sócio da empresa Citrox, o
imposto de importação, IPI, imposto de renda da Sudam (com 75% de redução) são
fatores que contribuíram para instalação de uma filial da empresa em Manaus,
além da existente em Santa Rita. “Dificilmente terá outro polo com esses
benefícios que tempos no PIM”, destaca o empresário.
O Vale da
Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, atualmente tem 153 empresas instaladas. A
previsão é trazer pelo menos 40 para o polo de Manaus, sobretudo nos segmentos
de áudio e vídeo. “A ZFM já tem empresários que querem investir na região. O
que nós pretendemos agora é começar a articulação política. O sindicato está de
portas abertas para qualquer instituição que queira estabelecer esse diálogo”,
enfatiza o presidente Roberto de Souza.
A medida
prioritária seria o investimento no polo de Manaus, ou em Xenzen, na China.
“Mas para nós, e para o Brasil, é melhor produzir aqui, em Manaus”, destaca
Roberto de Souza. Para o Superintendente Interino da Suframa, Gustavo
Igrejas, “a Suframa tem um pacote de incentivos que possibilita que essas
empresas venham para cá, ao invés de acabarem se mudando para a Ásia”.
Igrejas ressalta
também que a crise não é do modelo zona franca. “Ela (a crise) está no âmbito
nacional e mundial. O problema de competitividade dessas empresas, o incentivo
da Zona Franca e os demais pacotes de incentivos, podem contribuir para que
essas empresas venham para o polo industrial de Manaus”, destaca.
Em Minas Gerais,
alguns incentivos foram cortados e a tentativa para retomar é incerta. “Minas
Gerais tem os benefícios incentivados do ICMS. No momento, só está operando as
que já estavam”.
Cenário geral
favorece a Zona Franca
Para o
conselheiro do Centro de Industria do Estado do Amazonas (Cieam), Maurício
Loureiro, os acontecimentos no Brasil estão contribuindo para que as empresas
se desloquem para Manaus. No entanto, é necessário que saibam que tipos de
empresas estão chegando na região. “Precisamos saber só que investimentos são
esses”, destaca.
Para ele, a
situação econômica brasileira favorece a chegada de novas empresas no PIM.
“Talvez o empresário esteja tendo a visão de que o momento é agora”, destaca.
No entanto, um agravante nesse processo é o descaso do governo federal com a
Zona Franca de Manaus. “Se eu fosse governador, representante da Suframa, eu
estenderia tapete vermelho agora pra esse pessoal”.
Vantagem
Assim como Minas
Gerais, vários Estados oferecem incentivo de ICMS para atrair empresas. Com a
crise econômica, as receitas estaduais caíram e os governos vêm optando por
reduzir ou mesmo extinguir esse tipo de incentivo. Melhor para a Zona Franca,
que se torna uma opção para tais empresas.