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21/06/2008 00:00:00

Especiais


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De acordo com o presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado de Alagoas (Adeal), Hibernon Cavalcante, o êxito obtido na recente campanha de vacinação nos 102 municípios alagoanos se deve a uma conjugação de esforços. “Podemos atribuir este bom desempenho aos investimentos realizados na estruturação da Agência, mas, também, ao grande apoio do ex-secretário Alexandre Toledo e, também, ao apoio da imprensa, que tem contribuído para o aumento da conscientização sobre a importância das campanhas para o Estado”, afirma.

Contudo, Hibernon Cavalcante ressalta que há ainda um caminho a percorrer para trazer a tão esperada mudança de classificação do Estado no Ministério da Agricultura, que permanece como “zona de risco desconhecido de aftosa”, assim como os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, na região Nordeste. “Atravessamos a etapa mais difícil que foi a contratação de novos servidores para atuar na Adeal. Não dispúnhamos de quadro no governo; então precisamos realizar concurso. O maior desafio era o de não permitir que o Estado desobedecesse à Lei de Responsabilidade Fiscal, ultrapassando os limites permitidos com despesas de pagamento da folha salarial”, conta.

Contratações - As contratações começaram efetivamente em abril deste ano e têm sido realizadas gradativamente. Das 150 vagas oferecidas, mais de cem foram ocupadas por profissionais escolhidos pelo processo seletivo, entre veterinários, agrônomos e técnicos agrícolas. “Nosso próximo passo será o da capacitação. A grande maioria dos aprovados no concurso é jovem, com pouca experiência profissional. Todos estão sendo preparados para assumirem os seus postos”, diz o presidente da Adeal.

Segundo ele, o Governo do Estado está cumprindo todas as exigências do Ministério da Agricultura para reverter a classificação atual de Alagoas. “Por outro lado, é muito importante que os produtores rurais também façam a sua parte. E o papel deles não se encerra com a vacinação. … necessário também que eles mantenham suas informações cadastrais sempre atualizadas, emitindo uma Guia de Trânsito Animal sempre que comercializar ou transportar algum animal de seu rebanho. Por outro lado, muitos produtores resistem em fazer isso porque não querem que o governo saiba qual é o número total de animais do seu rebanho — o que prejudica tanto o trabalho do governo, como os outros criadores do Estado”, explica.

Hibernon Cavalcante afirma que, atualmente, o status de “zona de risco desconhecido da aftosa” de Alagoas prejudica principalmente os produtores que atuam no ramo da genética animal. “O Estado é importador de carne; cerca de 40% do produto consumido vem de outros estados. Somos exportadores de leite, mas, com exceção do leite tipo C, os produtos lácteos, inclusive o leite longa vida, não são prejudicados pelas barreiras sanitárias”, analisa.

“Por outro lado, temos em Alagoas grandes criadores de gado nelore, com animais muito valorizados no mercado. Atualmente, esses empreendedores vendem o sêmem ou os óvulos de seus animais para outros estados do Brasil, o que gera negócios de cifras vultuosas. Entretanto, se não existissem problemas a serem superados no controle da aftosa no Estado, os lucros desses negócios cresceriam muito”, conta.

Elogio - Hibernon Cavalcante conta que o Ministério da Agricultura vem elogiando os avanços observados em Alagoas e no Rio Grande do Norte. No Nordeste, as melhores classificações obtidas pelos estados são as da Bahia e de Sergipe, que são tidas como “zonas livres da aftosa com vacinação”. O Maranhão e Pernambuco são consideradas áreas de “risco médio”. “No Brasil, o melhor status é do estado de Santa Catarina, classificado como área livre da aftosa, sem vacinação”.

Cavalcante explica que todo esse esforço nacional e internacional visa garantir a segurança alimentar do mundo. “O último caso de aftosa registrado em Alagoas data de 1999, mas é preciso dar garantias disso para o mercado, mostrando um rigoroso controle do rebanho. E olha que nos países de primeiro mundo esse controle é feito em cada um dos animais existentes. O consumidor, se tiver interesse, pode descobrir qual é a procedência de um simples bife que ele come em um restaurante, por exemplo”, ressalta.

Segundo o presidente da Adeal, os obstáculos existem, mas estão sendo superados aos poucos. “Os governos anteriores acreditavam que para equacionar a questão da aftosa no Estado bastava um ato político. Hoje, sabe-se que é uma questão de decisão política. Se tivéssemos feito o dever de casa quando fomos alertados pelo Ministério da Agricultura, lá atrás, em 2003, hoje estaríamos vivenciando um outro momento no combate à febre aftosa no Estado”, advertiu.

“Felizmente, houve mudanças e o atual governo vem de fato empenhando esforços no enfrentamento da questão. Só para se ter uma idéia, hoje o Estado investe mais de meio milhão de reais em cada campanha de vacinação; a antiga gestão estadual aplicava menos da metade desses recursos”, disse.

por Divulgação
 


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