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03/03/2008 00:00:00

Polícia


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O delegado da Polícia Federal, Janderlyer Gomes, espera finalizar o inquérito que apura o desvio de R$ 280 milhões dos cofres da Assembléia Legislativa de Alagoas até o mês de abril. O inquérito já conta com 89 indiciados, entre eles 12 deputados estaduais, incluindo o presidente afastado do Legislativo, Antônio Albuquerque (Democratas).

O inquérito apura o raio de atuação de uma suposta organização criminosa – revelada pela Operação Taturana – que além dos desvios e utilização de funcionários fantasmas, possuía influência em outros poderes, como pode ser visto em ligações telefônicas divulgadas.

Janderlyer Gomes disse que outras pessoas podem vir a ser indiciadas, entre ex-deputados estaduais e novos parlamentares. Recentemente, já depois das investigações em andamento, foram indiciados os deputados João Beltrão (PMN) e Marcos Ferreira (PMN). O delegado confirmou, ainda, que deve ouvir também o parlamentar José Pedro (PMN), o Zé Pedro da Aravel.

Ele pode vir a ser indiciado pelo inquérito da Polícia Federal. Entre os ex-deputados, estão Gilberto Gonçalves (PTN), Celso Luiz (PMN) – que já presidiu a Assembléia Legislativa de Alagoas - e Fátima Cordeiro. Além destes, há empresários, funcionários de agência bancária e assessores parlamentares. De acordo com Janderlyer Gomes, o inquérito aguarda fianlização dos trabalhos dos peritos, que analisam o material recolhido durante a Operação Taturana.

Janderlyer Gomes disse, ainda, que os empréstimos questionados feitos por alguns parlamentares são operações fraudulentas e não simples empréstimos. Era uma forma de "lavar" dinheiro. O delegado colocou que a Polícia Federal de Alagoas não encontrou nada contra o deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), que foi acusado por Beltrão de ter feito tais empréstimos. "Até o presente momento não há nada contra ele, mas se houver ele também será indiciado. Estamos trabalhando", disse o delegado.

Ainda quanto às conseqüências da Operação Taturana, o superintendente da PF, José Pinto de Luna, admitiu a possibilidade de cassar os portes de armas dos deputados indiciados pela Polícia Federal. "Serão revistos os portes de armas deles sim e de outros casos, como foi o deputado (Marcelo Vitor) que agrediu um funcionário da Ceal com coronhadas. Este aí, visivelmente, não tem condições de portar um revólver. Estamos revendo todos estes casos. Se o deputado Marcelo Vitor, por exemplo, tiver porte, tem que ser cassado. Aliás, queremos até saber a origem daquela arma", disse.

Ao avaliar o estágio da corrupção em Alagoas, Luna disse que em Alagoas há requintes que tornam a situação pior do que no Espírito Santo, por exemplo. "Aqui há um clima muito forte de instabilidade. A gente tem que lutar para que estas pessoas sejam cassadas. Em Alagoas, eles não se dão ao trabalho de esconder nada, o que também é errado, mas é o normal de uma quadrilha", disse Luna.

O superintendente colocou ainda que o que acontece no Estado de Alagoas "revolta o cidadão comum" por conta da forma como a suposta quadrilha ostentava o produto do roubo. "Não há cuidado em não deixar transparecer. A gente tem que tirar esta sensação de impunidade das ações destas pessoas. Onde há corrupção, a Polícia Federal está de olho", finalizou.

com alagoas24horas.com.br // luis vilar



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