Interior

Aproximadamente 400 canavieiros contratados pela Usina Santa Clotilde impedem, desde o começo da manhã de hoje, o acesso de funcionários, caminhões e cortadores à usina. O bloqueio acontece em protesto ao valor pago pela usina pela braça de cana, o não cumprimento das leis trabalhistas, falta de segurança, entre outras reivindicações.

Os trabalhadores também condicionam a volta ao trabalho à demissão de três gerentes da usina, identificados como Maurício, José Wilson e José Quitério, além dos responsáveis pela pesagem da cana. De acordo com os canavieiros, este último estaria alterando o peso da braça da cana cortada.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, os canavieiros impediram o funcionamento dos setores de contadoria, tráfego, moenda e caldeira, o que suspendeu a produção durante toda a manhã de hoje. Contudo, alguns setores administrativos da usina permanecem funcionando normalmente.

Não há registro de violência ou depredação, embora integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) tenham sido acionados e estejam acompanhando as negociações entre os representantes da usina e os trabalhadores.

Conforme aconteceu nesta quarta-feira, quando os trabalhadores da Santa Clotilde interditaram por mais de dez horas cinco trechos da BR-101, provocando um grande congestionamento, o procurador-chefe do Trabalho, Rodrigo Alencar, se encontra no local tentando negociar com os canavieiros. Um grupo de trabalhadores deverá vir a Maceió acompanhar a assinatura de um termo de compromisso pela usina.

O diretor-administrativo da Santa Clotilde, Nereu Tenório, informou à equipe do Alagoas24horas que a empresa já vinha avaliando as reivindicações dos trabalhadores, mas não quis adiantar quais pontos do pleito serão atendidos.

Os canavieiros da Usina Santa Clotilde recebem atualmente R$ 3,20 por uma braça de cana cortada, o valor mínimo estabelecido por lei, e pretendem aumentar para R$ 4,30.

Integrantes do Gerenciamento de Crises e do 8º Batalhão de Polícia Militar acompanham as negociações entre os trabalhadores e as autoridades.

com al24horas.com.br