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Alagoas
13/02/2011 11:08:39

Alagoas está na dianteira nas pesquisas sobre o pré-sal


Alagoas está na dianteira nas pesquisas sobre o pré-sal
Ilustração

Com paineldenoticias //

 

Um assunto que está na ordem do dia no Brasil, do ponto de vista socioeconômico, é a exploração do petróleo em águas profundas, na camada conhecida como pré-sal. Em Alagoas, o assunto também tem dado passos significativos e deve inserir o Estado na rota do desenvolvimento no setor de petróleo e gás.

O Pré-sal é a mais importante descoberta da indústria mundial de exploração de petróleo em quase uma década e também é vista como a mais desafiadora oportunidade de inovação tecnológica no setor, segundo os analistas.

No Estado, um dos núcleos que fazem parte das pesquisas é o Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), especificamente o Laboratório de Analise de Biomarcadores e Semioquímicos (Labis), sob a coordenação da pesquisadora Lucia Rebouças.

“Aqui no IQB, temos desenvolvido pesquisa em biomarcadores de Petróleo, desde 1998, com óleos da Bacia Sergipe-Alagoas enviados pelos setores da Petrobras alocados nestes estados”, diz a pesquisadora, que, entre outras especializações, tem doutorado pela Unicamp no tema Biomarcadores de Petróleo e pós-doutorado na University of Newcastle Upon Tyne, Inglaterra, com abordagem em biomarcadores polares presentes no petróleo.

Dentro desse contexto de biomercadores, o Estado agregou valor ao defender teses oriundas do Labis, IQB-Ufal, com três dissertações de mestrado e 12 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).

“No congresso Rio Oil & Gás, por exemplo, realizado no Rio de Janeiro, em 2010, no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguel de Mello, Cenpes, Petrobras, foi proposto que se enviassem amostras para serem trabalhadas pelo IQB-Ufal”, conta Lúcia.

“Este fato foi um passo importante para o instituto e nos coloca no desafio de buscar uma melhor infraestrutura, principalmente de equipamentos, para que os nossos resultados possam ser compatíveis com os centros de altíssima competência em analise de Biomarcadores, existentes no Mundo e na própria Petrobras”, afirma a professora.

A demanda da Petrobras por soluções inovadoras e eficientes para a extração de óleo das áreas do pré-sal, acrecenta Lúcia, está alavancando dezenas de projetos, muitos desenvolvidos em parceira com universidades brasileiras.

Núcleo integra rede de pesquisas da Petrobras

Um dos destaques da pesquisa na área em Alagoas é o Laboratório de Computação Científica e Visualização da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), cujo coordenador anterior é o atual secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Invoação do governo de Alagoas, Eduardo Setton.
Com o núcleo, já se vislumbra a criação do novo curso de Engenharia de Petróleo na Ufal. “Haverá a contratação de mais profissionais. Mas é importante lembrar que não cabe apenas à Ufal, mas a todas as faculdades, abrirem mais turmas, mais cursos nesse sentido”, frisou a professora.

Desde 2006, o LCCV/Ufal passou a integrar a Rede Galileu, centro temático de pesquisa que recebe recursos da Petrobras, formada pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Foi lá que, depois de conhecer o trabalho desnvolvido, o governador Teotonio Vilela respaldou o nome do professor Eduardo Setton para a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A Rede Galileu foi criada e financiada pela Petrobras, com o objetivo de acelerar a produção integrada de novos conhecimentos tecnológicos aplicados à cadeia produtiva do petróleo. Formada por mais de duas dezenas de instituições de pesquisa e ensino superior do País, a rede inclui a construção de laboratórios, a compra de equipamentos e a instalação de um conjunto de supercomputadores com capacidade para processar 180 teraflops (o equivalente a 180 trilhões de operações por segundo).

O desafio é ainda maior no caso das explorações em águas ultraprofundas do pré-sal. É um local onde a supervisão e o controle se dão de forma remota, por intermédio de sofisticados programas computacionais, sensores e robôs. A Petrobras planeja aplicar US$ 28 bilhões até 2013 exclusivamente para desenvolver a exploração no pré-sal. Um dia de operação de uma única sonda usada para perfurar poços com possibilidade de se encontrar petróleo consome em média US$ 500 mil.

Para extrair das atividades do pré-sal o máximo de produtividade, a Petrobras está reforçando a pesquisa e os investimentos no desenvolvimento de ferramentas que garantam grande previsibilidade e precisão para lidar com os milhares de variáveis envolvidas nessa nova fronteira.
Pré-Sal impulsiona criação de novos cursos

As cinco máquinas mais potentes estão na Coppe-UFRJ (centro de pesquisas ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro), na Universidade de São Paulo (USP), na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ), na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes). O nó (nome dado a cada um dos centros líderes da rede de pesquisa) do Cenpes responderá pela liderança técnica, centralização e coordenação dos projetos conduzidos pela Rede Galileu.

O conjunto de supercomputadores da rede permitirá o desenvolvimento de variados softwares capazes de simular e antecipar em diferentes situações, especialmente as de risco potencial, o comportamento de cada um dos equipamentos utilizados na exploração do pré-sal: das brocas em sua viagem ao longo de cinco a sete quilômetros de sedimentos e rocha salina em direção aos reservatórios do valioso óleo leve até a reação da plataforma flutuante às ondas do mar aberto, a 300 km da costa, onde se dará a exploração.

Com o advento do Pré-sal, foram criados em Alagoas o Curso de Engenharia de Petróleo que integrará o Centro de Tecnologia (Ctec), ofertará 40 vagas e terá a primeira turma no segundo semestre de 2011. A graduação tem duração de cinco anos e objetiva formar profissionais para atuar como cientistas nas áreas de petróleo e gás, com competência para projetar, conduzir experimentos e interpretar resultados nas áreas definidas. Atualmente há no país uma carência de cinco mil profissionais qualificados em petróleo e gás.

Outro é o Curso de Química Tecnológica e Industrial, já atrelado ao IQB, e terá duração mínima de quatro anos com 40 vagas só no horário noturno. O estudante terá formação com domínio das técnicas básicas de utilização de laboratórios e equipamentos, com condições de atuar nos campos de atividades sócio-econômicas que envolvam as transformações da matéria.

“Uma das responsáveis pela formação desses profissionais são as universidades e centros técnicos. Com essa integração, a Ufal apresentou o Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV), que desenvolverá a formação de especialistas a frente da área”, completa Lúcia.


 



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