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10/06/2010 00:00:00

Municípios


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Com cadaminuto // emanuelle oliveira

Depois de 15 anos o julgamento do pecuarista Hermes dos Anjos Maia Filho (ex-prefeito de São José da Tapera), que deveria acontecer  nesta quinta-feira (10), foi adiado para outra data. O caso Ênio Ricardo Gomes, ganhou repercusão em todo Estado. Hermes Maia é acusado de ser o autor intelectual do assassinato de Ênio, que ocorreu em julho de 1995, quando ele e a esposa, Edneusa – que escapou ilesa - foram vitimas de um atentado a tiros em São José da Tapera.

Em 1996, Edneusa conseguiu se eleger prefeita do município e foi reeleita em 2000. Ela e Enio Ricardo tiveram seis filhos, entre eles Jarbas Ricardo, que desde 2008 ocupa o cargo em São José da Tapera. Mesmo após tanto tempo a família ainda espera por justiça, já que em fevereiro do ano passado o acusado chegou a ser condenado a 19 anos de prisão, mas conseguiu recorrer da pena.

Segundo o arquiteto Ênio Ricardo Gomes Júnior seus parentes chegaram a sofrer intimidação por parte dos acusados pelo crime, que pertencem a uma família de Pão de Açúcar e que tem um histórico de violência. Hermes Maia é filho do ex- deputado estadual, Elísio Maia, que já faleceu e era conhecido por seu poder político e econômico na região.

“Estamos muito esperançosos com esse novo julgamento. Em 2009 os parentes do Hermes chegaram a me agredir dentro do Fórum, após a sentença. Ele é frio e quando minha mãe se candidatou tentou apertar a minha mão, sem saber quem eu era. Eu chamei ele de assassino, mas não houve nenhuma reação, assim como quando saiu a condenação. O Hermes nunca demonstrou nenhuma emoção, mas sempre recebemos muita pressão para deixar o caso pra lá e até para não divulgar na imprensa”, destacou.

O arquiteto lembrou que o assassinato de seu pai foi um crime político, já que na época, Ênio Ricardo disputou o cargo de prefeito com Luiz Maia, tio do acusado. De acordo com Enio Júnior, o pai de Hermes também foi acusado de vários crimes, inclusive da chacina de Tapera. “Depois do assassinato do meu pai a família perdeu o apoio político e financeiro, mas passamos um ano vivendo com medo e ainda hoje temos receio”, afirmou.

Ênio Júnior contou que na época em que o pai foi assassinado a família passou por momentos difíceis e teve que ver os responsáveis pelo crime andarem livremente pelas ruas do município. “Eu sou o filho mais novo, tinha 15 anos e estudava em Maceió. Minha mãe ficou muito assustada, por isso tive que voltar para São José da Tapera. Minhas duas irmãs que cursavam medicina conseguiram terminar a faculdade com muito esforço. Nunca tínhamos perdido um parente de forma violenta”, relembrou.



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