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07/06/2010 00:00:00

Saúde


Saúde

Com G1 // Fonte agência estado

O aumento de casos de cães com leishmaniose em centros urbanos veio acompanhado de um movimento silencioso, consistente e ilegal: a busca por tratamentos ensinados clandestinamente por veterinários e proibidos pelo governo. Donos que resistem a entregar seus cães para eutanásia encomendam medicamentos do exterior, internam os animais e até contratam advogados para defendê-los.

"Ingressamos na clandestinidade, fazemos contrabando. É fora da lei, mas nunca me perdoaria de entregar meus animais antes mesmo de fazer uma tentativa de tratamento", afirma um publicitário de Brasília.

A medida é condenada por autoridades sanitárias. "Não há nada que comprove que o cão tratado reduza o risco de contaminação. É um risco para pessoas que têm contato com o animal, principalmente as com sistema imunológico debilitado", diz o veterinário da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Péricles Massunaga.

No início considerada uma doença rural, a leishmaniose vem se expandindo para centros urbanos e hoje atinge 20 Estados. Até 2008, o mais comum era usar remédios indicados para humanos. Uma portaria assinada pelos ministérios da Saúde e da Agricultura, porém, proibiu essa prática, em razão do risco de o parasita desenvolver resistência aos medicamentos.

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, testes em laboratório mostram que o parasita facilmente dribla a ação dos remédios. Há um número limitado de drogas e não há perspectivas de que novos medicamentos estejam disponíveis a curto prazo. Como o cão é o principal reservatório da doença, argumenta a secretaria, não sacrificar os animais infectados pode trazer consequências graves para a saúde pública, com a disseminação de parasitas mais resistentes.



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