com agênciaalagoas // lucas losbia - fotos tércio capello
Uma grande manifestação popular realizada na tarde desta quinta-feira (18), no calçadão da Rua do Comércio, no Centro de Maceió, marcou o lançamento da campanha “Crack nem Pensar”. A iniciativa tem como objetivo mobilizar e alertar a sociedade civil no combate ao elevado índice de consumo de drogas no Estado, principalmente o crack. O movimento é coordenado pela Federação das Comunidades Terapêuticas de Alagoas e conta com o apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria Especial da Promoção da Paz (Sepaz).
O ato contou com a presença de cerca de 500 pessoas - crianças do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), dos bairros de Bebedouro e do conjunto Selma Bandeira; ex-dependentes químicos e seus familiares, além de representantes de órgãos de governo e das comunidades que integram a FEALCT — que durante toda a tarde participaram de várias atividades.
Foram realizadas apresentações culturais, palestras educativas, além de depoimentos feitos por familiares de ex-usuários de crack, que se recuperaram e reconstruíram suas vidas, servindo de exemplos para muitos que passam por esses problemas.
O secretário de Estado Especial da Promoção da Paz, Jardel Aderico, falou sobre a importância da campanha e da participação da sociedade civil durante o movimento. Ele considera como fator primordial a integração entre o poder público e a população na construção de uma rede de proteção contra o crack, droga que é apontada hoje como um dos principais fatores que contribuem para o aumento da violência no Estado.
“Hoje, 90% dos usuários da maconha em Alagoas já migraram para o crack. Essa droga já atingiu camadas assustadoras. Nesse ato, percebemos o apoio da população, pois quase todo mundo já teve problemas relacionados a essa droga. A força do povo vai contribuir e muito para o crescimento dessa iniciativa”, fala.
“O crack é sinônimo de morte, um caminho que não é o melhor para ninguém. Queremos conscientizar a todos com essa campanha, que é apenas uma das iniciativas das muitas que serão feitas”, complementa o secretário Jardel Aderico.
Representando o Ministério Público do Estado (MPE), o promotor Flávio Gomes da Costa é um dos envolvidos na iniciativa e participou do ato público. Ele explica que os usuários de crack superlotam os sistemas penitenciários e preenchem vagas nos hospitais psiquiátricos destinados aos portadores de deficiência mental, fator que gera uma série de outros problemas.
Além disso, o promotor destacou a ligação estreita entre a droga, em especial o crack, e os índices de criminalidade registrados atualmente no Estado. “Vejo de perto o mal que essa droga faz. A maioria dos casos de violência está ligado a essa droga. Temos aqui que informar a sociedade deste mal. Não basta reprimir, o melhor remédio é conscientizar”, afirmou.
O promotor falou sobre a ideia de levar ao manifesto os depoimentos de ex-usuários e familiares, que puderam mostrar para a população que a droga é um mal que pode ser vencido. “Esses jovens estão aqui para mostrar que é possível sair desse mal. Eles tiveram grandes problemas e hoje estudam, trabalham, tem uma vida que todos deveriam ter. Seguiremos um caminho muito difícil, mas não deixaremos a luta de lado, pois sei que nem tudo está perdido”, enfatizou.
Além das entidades que formam a Federação das Comunidades Terapêuticas de Alagoas, da Secretaria Especial da Promoção da Paz (Sepaz) e do Ministério Público do Estado (MPE), participaram da manifestação o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar do Estado e a Secretaria Municipal de Assistência Social.