Cosplayers, punks e até uma menina vestida de barbie girl. Personagens irresistíveis para se agruparem juntos em uma fila quilométrica. São Paulo, quase trinta graus, os transeuntes se acotovelam na fila do busão gratuito a caminho da Expo Center Norte, onde acontece a 26ª edição da Bienal do Livro de São Paulo.
Na saída do Terminal Rodoviário do Tietê, vãs clandestinas cobram R$5 com os condutores aos berros: "Pra Bienaaal". Nessa altura, a maquiagem das meninas que esperam o transporte lotar derretem, leques espalhafatosos se abrem para abafar o calor. "Tá babado essa bienal, vou chamar um Uber". Só que está muito caro, adverte a colega de fila. Da saída do Tietê ao local do embarque dos ônibus tem uma rua com comércio ambulante, é preciso atravessar todas as tentações da hora do almoço, como pastéis, pamonhas e kibes, para chegar no ponto na Av. Voluntários da Pátria. Lá, os ônibus saem rápido, enchem em instantes. Talvez uma das únicas filas que andem nesse País.