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Brasil
27/05/2022 18:00:00

Maternidade em Fortaleza tem surto de infecção em bebês e restringe atendimento

Três unidades da Maternidade-Escola têm superlotação. Unidade limitou a assistência de emergência a gestantes em condições especiais.


Maternidade em Fortaleza tem surto de infecção em bebês e restringe atendimento

A superlotação ocasionou um surto de infecções em três unidades da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), no Bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza. Por conta do surto, a emergência da unidade vai atender apenas às mulheres reguladas pela central de leitos, nas seguintes situações:

  • Gestantes com idade gestacional acima de 37 semanas
  • gestantes com idade gestacional abaixo de 20 semanas
  • emergências ginecológicas.

A infecção se chama Clostridium Difficile e é passada por manuseio de uma criança para outra. "Por enquanto, os quadros são estáveis sem risco de desfecho clínico mais grave", afirma a Maternidade-Escola. A infecção é um agente patogênico que infecta o trato digestivo.

De acordo com o gerente de atenção à saúde da MEAC, Edson Lucena, se a lotação continuar, a quantidade de infecções vai aumentar, o que pode provocar a morte de bebês.

 "Agora nós não estamos podendo receber nenhuma gestante com bebês prematuros. Se persistir, o risco é que a gente tenha infecções mais graves e que a gente possa ter inclusive desfechos clínicos inclusive com mortes desses bebês", alertou.

A MEAC possui 21 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo neonatal e hoje conta com 28 bebês internados; ou seja, 130% da capacidade.

Procedência das infecções

Sobre o motivo das infecções, Edson Lucena explica que a lotação ocasiona o maior contato entre as crianças na incubadora, permitindo a maior contaminação.

"Nós temos as unidades neonatais super lotadas, essa lotação leva a redução de profissionais para cuidar de um determinado número de bebês e bebês que precisam de cuidados diferenciados. Reduzem os espaços entre as incubadoras e automaticamente permitem que as infecções passem de um bebê para o outro aumentado automaticamente seus riscos".

Edson Lucena afirmou que hoje o estado de saúde dos bebês que estão na unidade é satisfatório, porém é preciso reduzir a quantidade de crianças na UTI. "Os bebês estão estáveis não estão sob risco de imediato de nenhuma intercorrência clínica maior. Mas necessitamos de maior cuidado e precisamos reduzir o número de bebês prematuros que nascem aqui e automaticamente ocupem as vagas das unidades de UTI."

Orientação para as gestantes

O gerente de atenção à saúde da MEAC orientou ainda as mamães não irem logo a Maternidade Escola. Ele recomendou as gestantes irem primeiro a uma unidade perto de casa e à MEAC somente se estiver no perfil da unidade.

"Fazemos um apelo que as gestantes não procurem diretamente a Maternidade Escola. Procurem as unidades mais próximas de sua residência. Lá elas serão avaliadas e se preencherem o perfil pelo qual a maternidade tendo seus leitos regulados serão encaminhados para a central de leitos".

Problema antigo da superlotação

Por fim, Edson Lucena lamenta a situação da superlotação das unidades neonatais. Ele lembra que houve mortes e até agora nada foi feito pelos órgãos competentes.

"Mais de 20 anos nós repetimos a mesma coisa. Superlotação das unidades neonatais. Já tivemos desfechos graves no passado não muito distante. Temos provocado o Ministério Público as esferas municipal e estadual na tentativa de construir uma saída de curto a médio e longo prazo para que a gente resolva a superlotação das unidades neonatais".

g1



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