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Saúde
14/02/2022 15:00:00

Covid aumenta procura por cardiologista em Alagoas, diz médico

Artigo da revista Nature aponta que 72% dos que foram infectados com o novo coronavírus, têm maior risco de sofrer doenças coronarianas do que aqueles que não tiveram a COVID-19


Covid aumenta procura por cardiologista em Alagoas, diz médico

“Houve um grande aumento no número de pessoas, incluindo jovens, que estão buscando atendimento cardiológico após a Covid-19”, informa Antônio Everaldo Vitoriano de Araújo Filho, médico cardiologista do Hospital do Coração, Santa Casa e docente do curso de medicina de uma universidade particular de Maceió.

Segundo ele, há uma maior incidência no índice de casos de pessoas que apresentaram palpitações, arritmia ou diminuição na frequência cardíaca, após terem contraído a covid-19, até mesmo entre pessoas de até 35 anos. “Esse aumento se reflete na busca por médicos cardiologistas e por exames cardíacos. A cada 10 pacientes que atendo, pelo menos dois são relacionados ao Coronavírus”, destaca.

Segundo o cardiologista, “esse crescimento faz com que se tenha um cuidado ainda maior em saber qual o quadro clínico apresentado pelo paciente, para, a partir daí, identificar se há problemas no coração ou causados por eles, como uma hipertensão, arritmias, doença cardíaca inflamatória (miocardite, pericardite e miopericardite)”, explica.

Antônio Everaldo Vitoriano de Araújo Filho, médico cardiologista
Divulgação

Artigo publicado em fevereiro deste ano na revista britânica Nature – especializada em ciência, avaliou-se que pacientes com diversos graus de Covid teriam risco maior de desenvolver alguma sequela cardiovascular depois de um mês da doença. Segundo a publicação científica, foram avaliados mais de 5,8 milhões de prontuários de pacientes, tentando separar e comparar cada um com doença documentada, daqueles sem Covid documentada (no mesmo período). Não há interferência das vacinas nesses dados, já descarta o artigo.

O publicitário Jaerty Melo, de 38 anos, mora em Maceió e é uma das pessoas que desconfia que o incômodo que sente no peito seja sequela da covid-19, contraída por ele em outubro do ano passado.

“As vezes sinto uma pressão na região do coração, em horas que estou em repouso. Eu nunca tive problema cardíaco e, por estar acima do peso eu tenho um cuidado diferenciado, sempre fiz exames periódicos. Agora com essas dores já estou remarcando meus exames para o mês que vem para dar uma olhada”, afirma o publicitário, que apresentou sintomas leves de Covid.

Para o padeiro aposentado Aloísio Gomes, 69, morador de Atalaia, a situação é semelhante. Ele chegou a ser internado por uma semana, em um hospital de Maceió, há seis meses. Agora, afirma ter sequelas da doença. “Não tenho folego e sinto meu coração acelerar, com tremores e a perna inchada. Fui fazer exames em São Paulo, mas o remédio que me foi passado eu não posso tomar sempre, pois ele ataca os rins, então tenho que aguardar esses sintomas passarem”, conclui.

Tratamento


O cardiologista Antônio Vitoriano explica que problemas cardíacos podem ser causados por qualquer síndrome viral, e não é inerente à Covid-19. Mas que há uma maior incidência devido ao grande número de casos recentes.

A recomendação médica é individualizar os casos e tratá-los um a um, pois, segundo ele, não há uma “receita de bolo”, principalmente nos dias de hoje. “É necessário tornar o paciente peculiar, nós sempre fazemos anamnese e buscamos entender o histórico e o contexto desse paciente, a partir daí buscamos os primeiros exames, colhidos através de ressonância, ecocardiogramas, para identificar se há e qual o tipo de lesão é apresentado”, explica.

Exercícios físicos


O educador físico Thyago Carvalho, de 35 anos, explica que há os exercícios físicos auxiliam pessoas que tiveram Covid a voltar a vida normal com um mais facilidade, mas que há alunos que precisam de mais paciência, a depender de como os sintomas se apresentaram.

Thyago Carvalho, educador físico
Arquivo Pessoal


De qualquer forma, ele recomenda avaliação médica antes da retomada das atividades físicas. “É necessária a avaliação para determinar o risco e, se houve algum problema respiratório, a retomada deve ser gradual, para que o exercício possa auxiliar as pessoas a ter uma suas rotinas diárias”, enfatiza.

Pela pesquisa retratada no artigo da Nature, quem contraiu covid também apresenta risco 63% maior de sofrer um ataque cardíaco, dos que não foram infectados pelo coronavírus, assim como os que já foram infectados apresentam 52% de chance a mais que os não contaminados de sofrerem AVC.

jornal de alagoas



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