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Coronavirus
18/01/2022 12:00:00

Cientistas descobrem variante de gene que pode proteger contra coronavírus

A variante rs10774671-G determina o comprimento de proteína atrelada à quebra do vírus


Cientistas descobrem variante de gene que pode proteger contra coronavírus

Pesquisadores descobriram que a variante genética rs10774671-G pode proteger contra infecções graves pelo vírus Sars-CoV-2. Os cientistas identificaram essa relação em indivíduos de diversas ascendências. Os resultados foram publicados no último dia 13 de janeiro na revista Nature Genetics.

A equipe internacional de cientistas liderada por pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, analisou 2,7 mil pacientes de ascendência africana hospitalizados com Covid-19 e os dados genéticos de mais 130 mil pessoas de mesma ancestralidade. Esse resultado foi comparado com um metaestudo prévio realizado com pessoas de ascendência europeia.

Pesquisas anteriores relataram que pessoas de ascendência europeia com um segmento de DNA em específico têm um risco 20% menor de infecção grave por Covid-19. O segmento em questão codifica genes no sistema imunológico e é herdado dos neandertais, estando presente em cerca de 50% das pessoas fora da África.

A região do DNA contém inúmeras variantes genéticas, incluindo rs10774671-G — o que pode torná-la difícil de ser separada das demais. Para identificar essa variante, os cientistas então procuraram pessoas com apenas partes do segmento onde ela se encontra.

A equipe se focou em indivíduos com ascendência africana que não possuem herança dos neandertais e que, portanto, não têm a maioria do segmento. Porém, eles investigaram um pequeno pedaço da região de DNA que está presente tanto em ascendentes de africanos quanto de europeus.

Eles descobriram que 80% dos indivíduos de ascendência africana analisados tinham a mesma proteção contra a infecção pelo coronavírus que os de ascendência europeia. Isso os permitiu identificar a variante genética por trás, a rs10774671-G. Ela determina o comprimento de uma proteína codificada pelo gene OAS1 — e a versão mais comprida da molécula é eficaz na quebra do Sars-CoV-2, segundo estudos anteriores.

“O fato de estarmos começando a entender os fatores de risco genéticos em detalhes é a chave para desenvolver novos medicamentos contra a Covid-19”, diz Brent Richards, coautor do estudo, em comunicado.

Além dos resultados promissores, a nova pesquisa mostra como é importante incluir indivíduos de diferentes ascendências em trabalhos científicos, conforme comenta Hugo Zeberg, primeiro autor da descoberta. “Se tivéssemos estudado apenas um grupo, não teríamos conseguido identificar a variante do gene neste caso”, salienta.

Revista Galileu



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