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Economia
03/01/2022 12:00:00

BNDES se livra de herança lulopetista


BNDES se livra de herança lulopetista

Sob a normalidade do êxito da venda de 70 milhões de ações da gigante da área de alimentos JBS pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) há muitos significados políticos, administrativos e até criminais. A operação por meio de leilão na B3, coordenada pelo Bank of America, permitiu ao BNDES levantar R$ 2,66 bilhões e, assim, reduzir de 581,66 milhões para 511,66 milhões o número de ações que detém na companhia controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. Ela é parte de uma história que começou de maneira obscura no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, evoluiu na gestão de Dilma Rousseff, envolveu ilegitimamente o presidente Michel Temer, incluiu a prisão dos dois empresários controladores da empresa e, agora, inicia uma etapa em que os malfeitos começam a ser desfeitos.

Durante as administrações lulopetistas, o Tesouro Nacional transferiu para o BNDES cerca de R$ 500 bilhões, por meio da emissão de títulos públicos, com o objetivo de dar ao banco condições de apoiar empresas previamente escolhidas pelo governo para se tornarem gigantes em seu segmento e competir no mercado mundial. Era a política dos “campeões nacionais”, dizia o discurso petista.

O BNDES tornou-se, assim, acionista de um conjunto de empresas sobre as quais não tinha controle. Grandes grupos privados beneficiaram-se dessa política, em particular o frigorífico JBS, do qual a J&F, de propriedade dos irmãos Batista, é a controladora.

O primeiro questionamento é por que razão um banco público destinado a estimular o desenvolvimento nacional concentrou suas operações em empresas que, por seu porte, poderiam ter buscado no mercado por seus próprios meios os recursos para investir. Outros segmentos e outras empresas com maiores dificuldades para se financiar foram preteridos.

Até mesmo empresas que mais tarde apresentaram sérios problemas de gestão foram contempladas pela generosa (e direcionada) política do BNDES na era lulopetista. Outras alcançaram ganhos expressivos à custa de financiamentos mais baratos do que os disponíveis no mercado. Recursos públicos propiciaram grandes lucros privados.

A JBS, além de fazer parte das “campeãs” escolhidas pelo governo lulopetista, envolveu-se, por meio de seus controladores, em fatos que estão longe do campo econômico estrito. Em maio de 2017, Joesley Batista teve divulgada parte de conversa gravada com o presidente Michel Temer em encontro não agendado no Palácio do Jaburu – então residência presidencial – na qual teria havido pedido de manutenção do pagamento ilegal a políticos. Nada do que se insinuou na época contra Temer foi provado.

Desde 2016, a Polícia Federal investigava indícios de corrupção praticada pelo Grupo JBS. Joesley Batista e o irmão Wesley chegaram a ser presos em setembro de 2017. As pendências criminais dos irmãos foram resolvidas em 2020 com a homologação, pelo STF, de seus acordos com a Procuradoria-Geral da República.

O BNDES dá um passo importante para deixar de fazer parte dessa história. 

Fonte Estadão

MSN



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