"Os russos já tinham um parque tecnológico 'fora de série'. A reestruturação que o Putin faz da Rússia a partir de 2000 [...] é investindo efetivamente [na reestruturação]", destacou.
O especialista também referiu que tanto a Rússia quanto a China conseguem tirar o máximo do rendimento de um orçamento mais enxuto, além de disputarem conflitos de uma forma inteligente, enquanto os EUA seguiram desperdiçando dinheiro em combates perdidos.
"A sabedoria da Rússia e da China está em saber focar nos objetivos. Eu vejo os EUA hoje com uma gama de objetivos muito ampla, mas não sei se eles terão recursos e dinheiro para isso", explicou.
Rússia elevando capacidades militares com novos equipamentos
Recentemente, Rússia também concluiu com êxito os testes do drone de ataque e reconhecimento de longo alcance Altius-RU, tendo iniciado a implantação de sistemas de reconhecimento Inokhodets e Forpost no Exército russo.
Para o especialista militar Robinson Farinazzo, a Rússia teve um laboratório importante, que foi a guerra da Síria, onde puderam aprender muita coisa, bem como em Nagorno-Karabakh.
Segundo o especialista, atualmente a Rússia está antenada à capacidade de drones e guerra eletrônica, já que observou atentamente os cenários de combate das últimas guerras.
Fortalecimento da Rússia é páreo para a OTAN?
As Forças Armadas receberão mais de mil equipamentos únicos de blindados e artilharia, incluindo cinco divisões de sistemas de defesa antiaérea S-400, além de 257 aeronaves novas e modernizadas e 21 sistemas de mísseis intercontinentais Sarmat, Avangard e Yars.
Comentando o atual cenário entre a OTAN e a Rússia, o especialista afirma não estar certo de que a OTAN estaria disposta a travar uma guerra com a Rússia, já que a organização não conta apenas com a França, Alemanha, Reino Unido e EUA, mas também conta com países menores, como é o caso de Portugal, por exemplo.
Dessa forma, por exemplo, em caso de conflito com a Rússia em um cenário de guerra em defesa da Ucrânia, que não faz parte da OTAN, a organização teria que pedir contingentes a Portugal, um país-membro, e que certamente não cederia tão facilmente seus militares, pois isso acarretaria em perdas não apenas financeiras, como também humanas.
"O problema que eu vejo para a OTAN será convencer estas sociedades democráticas da necessidade de ir à guerra na Ucrânia", observou.
"Em termos de paridade tecnológica, eu acredito que os dois parques industriais se equivalem, mas eu duvido muito da efetividade do convencimento das sociedades ocidentais fazer uma guerra prolongada com a Rússia [...] Se a OTAN fizer uma guerra prolongada com a Rússia, será que todos esses países menores vão aguentar os custos depois de sair de uma pandemia?", ressaltou.
Rússia faz frente à coalizão da OTAN?
O ministro russo Sergei Shoigu declarou que os exercícios da OTAN buscam formar uma coalizão contra a Rússia com a participação da Geórgia, Moldávia e Ucrânia.
Falando sobre se a Rússia faria frente à coalizão da OTAN formada por estes países especificamente, o especialista afirma que, se houver uma guerra na Ucrânia, não será uma guerra simples, e se a OTAN for se envolver no conflito ela será obrigada a enviar divisões à Ucrânia.
Além disso, segundo o especialista, um eventual conflito ainda poderia se espalhar pela Europa, e não é certo de que os EUA estariam dispostos a pagar este preço, especialmente em meio a tantas crises que o mundo está vivendo.
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