Nesta quinta-feira (23), o Ministério Público de São Paulo estabeleceu uma força-tarefa para investigar as suspeitas contra a operadora de saúde Prevent Senior. Depois do depoimento do diretor-executivo da operadora, Pedro Batista Jr, ficou óbvio que as denúncias feitas pelos médicos podem ter fundamento. As acusações contra a Prevent começaram em abril, quando os médicos que trabalhavam na empresa relataram ter sofrido pressão para prescrever medicamentos do chamado "kit Covid", amplamente defendido pelo governo federal e sem eficácia comprovada. Todas as denúncias foram organizadas em um dossiê pela advogada Bruna Morato, representante dos médicos, e enviadas à CPI para consideração. A força-tarefa avaliará ainda os documentos que a CPI da Covid vai enviar ao MP estadual. Mário Sarrubbo, procurador-geral de Justiça, determinou "atenção total" à investigação. Bruna Morato será ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito na próxima terça-feira (28). Entretanto, o Brasil confirmou mais 661 mortes e 25.348 casos de COVID-19, totalizando 593.018 óbitos e 21.307.960 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.
Em entrevista aos alemães Vicky Richter e Markus Haintz, membros do movimento de extrema direita Querdenken, o presidente Jair Bolsonaro fez de novo declarações negacionistas sobre a COVID-19. A fala ocorreu no dia 8 de setembro, mas não foi divulgada pelo presidente, tendo sido publicada recentemente por um dos entrevistadores no YouTube. "Muitas [vítimas] tinham alguma comorbidade, então a COVID-19 apenas encurtou a vida delas por alguns dias ou algumas semanas", afirmou Bolsonaro. Além do mais, ele disse que os números da pandemia no Brasil são "superdimensionados" e esclareceu: "Uma pessoa na UTI por Covid custa R$ 2.000 por dia. Uma pessoa numa UTI com outras doenças custa R$ 1.000. Então, quando uma pessoa mais humilde vai no hospital ela é levada para a UTI porque os hospitais vão ganhar mais dinheiro, então tem uma supernotificação". Além disso, o chefe de Estado voltou a defender na conversa o tratamento precoce para a COVID-19, embora não exista comprovação científica de sua eficácia.
O ex-presidente da comunidade autônoma da Catalunha, Carles Puigdemont, foi detido na Itália nesta quinta-feira (23), conforme seu advogado e um colaborador disseram. Sua detenção ocorreu quatro anos após o referendo sobre a independência da autonomia espanhola ter sido considerado ilegal por Madri. O deputado europeu deve comparecer no tribunal nesta sexta-feira (24) em uma audiência que pode ditar sua extradição para a Espanha, onde enfrentará acusações de sedição (rebelião). O líder da Catalunha, que desde o referendo em 2017 tem estado exilado na Bélgica, foi detido em Alghero, na Sardenha, segundo escreveu na conta do Twitter seu chefe de gabinete, Josep Lluis Alay. O advogado de Puigdemont, Gonzalo Boye, tweetou por sua parte que o líder no exílio foi detido durante sua chegada à Itália, para onde ele estava viajando em sua qualidade de deputado europeu, a fim de participar em um festival cultural. O advogado disse que a detenção foi feita na base de um mandado emitido em outubro de 2019 que havia sido suspenso. Puigdemont, de 58 anos, é procurado na Espanha por alegações de sedição, após suas tentativas de obter a independência da Catalunha de Madri por meio de referendo. Sua detenção ocorreu uma semana após o governo da Espanha e as autoridades da Catalunha retomaram as negociações para encontrar uma solução para a pior crise política da Espanha em décadas. Após a prisão de quinta-feira (23), Madri expressou " seu respeito pelas decisões das autoridades e tribunais italianos". O novo presidente da autonomia catalã, Pere Aragonès, mais moderado do que seu predecessor, condenou por sua vez o que ele chamou de "perseguição" de Puigdemont, acrescentando também que "a autodeterminação" era a "única solução".
A Câmara dos Representantes americana aprovou na quinta-feira (23) a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) que determina o financiamento do Departamento de Defesa para o ano fiscal de 2022 e implementa várias políticas, incluindo a imposição de sanções contra o gasoduto russo-alemão Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2). "Novo: com uma votação de 316-113, a Câmara dos Representantes aprovou [o projeto] 4350", tweetou o Comitê de Serviços Armados da Câmara. A proposta de lei foi apoiada por 181 democratas e 135 republicanos e rejeitada por 38 democratas e 75 republicanos. A legislação deve ainda ser aprovada pelo Senado e pelo presidente Joe Biden. A NDAA de US$ 768 bilhões (R$ 4.073 bilhões) prevê uma série de novas medidas restritivas em relação a Moscou: novas sanções contra o gasoduto russo-alemão Nord Stream 2, a proibição de compra ou venda de dívida soberana russa recentemente emitida nos mercados primários e secundários, em resposta à alegada interferência da Rússia nas eleições norte-americanas. Além do mais, o projeto de legislação recomenda sanções contra 35 cidadãos russos, incluindo funcionários públicos, empresários, altos funcionários em empresas-chave de energia e bancos, bem como várias personalidades de mídia.
A Coreia do Norte rejeitou o apelo da Coreia do Sul de declarar oficialmente o fim do estado de guerra entre os dois países (que se mantém desde a Guerra da Coreia de 1950-1953) como forma de restaurar a paz, afirmando na sexta-feira (24) que tal passo poderia ser usado como "cortina de fumaça para encobrir a política hostil dos EUA" contra o Norte. Em um discurso na Assembleia Geral da ONU nesta semana, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, reiterou suas chamadas para declaração de fim da guerra, que poderia, segundo ele, ajudar a alcançar a denuclearização e a paz permanente na península coreana. O vice-chanceler norte-coreano, Ri Thae Song, descartou as chamadas de Moon como prematuras, até que a política de Washington seja alterada. "É preciso entender claramente que a declaração do término da guerra não ajuda em nada a estabilizar a situação da península coreana no momento, mas pode ainda ser mal utilizada como uma cortina de fumaça para encobrir a política hostil dos EUA", disse Ri em comunicado emitido pela mídia estatal. Ele adicionou que as armas e tropas americanas deslocadas na Coreia do Sul, bem como os regulares exercícios militares dos Estados Unidos na região "indicam que a política hostil dos EUA está ficando cada dia mais perigosa". A Guerra da Coreia terminou com um armistício, não um tratado de paz, deixando a península em um estado técnico de guerra.
Nesta sexta-feira (24), o presidente Joe Biden vai acolher na Casa Branca a primeira reunião presencial de líderes de uma aliança do Indo-Pacífico, conhecida como Quad (Diálogo de Segurança Quadrilateral). Biden vai conversar com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o premiê japonês, Yoshihide Suga, e o premiê da Austrália, Scott Morrison, sobre uma cooperação mais próxima na resposta à COVID-19, à crise climática, sobre tecnologias emergentes e espaço cibernético. Antes da cúpula, os governos indiano e japonês saudaram o recente anúncio da criação da aliança AUKUS (Austrália-EUA-Reino Unido). O encontro de Biden com os líderes do Indo-Pacífico encerra uma semana de diplomacia para o presidente, na qual ele discursou na Assembleia Geral da ONU em Nova York e foi anfitrião de uma cúpula global virtual sobre a luta contra a COVID-19. O encontro do grupo na Casa Branca vai acontecer enquanto a China continua os esforços para fazer uma demonstração de força na região. Na quinta-feira (23), Pequim enviou 24 caças em direção a Taiwan depois que a ilha anunciou sua intenção de se juntar ao Acordo Global e Progressivo de Parceria Trans-Pacífico. A China criticou vigorosamente a aliança AUKUS.
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