No dia 12 de setembro, os 8.206 eleitores voltarão às urnas para escolher o novo prefeito entre três candidatos, que estão em campanha. Com 500 casos confirmados de coronavírus e oito mortes até junho, não é a pandemia o que mais assusta os mais de 10 mil habitantes (IBGE) desta cidade distante 165 quilômetros de Maceió.
Desde janeiro, a prefeitura é governada provisoriamente pela presidente da Câmara dos Vereadores, Josefa Barbosa da Silva (Republicano), e carece de obras para gerar empregos e regularização de pagamentos de salários do funcionalismo. O comércio local sente os efeitos da gestão interina. Os problemas têm origem na decisão das instâncias da Justiça Eleitoral que indeferiram o registro da candidatura do ex-prefeito Arnaldo Higino (PP), por “ato doloso e improbidade administrativa”, e marcou nova eleição. Os três candidatos: Téo Higino (Republicanos), Cícero Pinheiro (MDB) e Maria Inês (Democratas) fazem parte do comentário diário nas praças públicas. A população está dividida. Mas o clima é tranquilo. O único consenso é o fim da gestão provisória para acabar com atrasos de salários, falta de remédios nas unidades de saúde e a retomada dos investimentos em obras públicas.
O ex-prefeito Arnaldo Higino, que venceu pleito com 51,40% dos votos contra 48,11% do segundo colocado, Cícero Pinheiro, iria para o quinto mandato. Tranquilo, admitiu que poderia recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para assumir a prefeitura. Porém, disse à Gazeta que “vou acatar a decisão da Justiça Eleitoral”. Higino afirmou, porém, que não está fora da política. “Neste momento cumpro a decisão da Justiça Eleitoral. Mas tento ajudar a eleger um dos candidatos [o sobrinho dele, Téo Higino, é um dos candidatos] e ao mesmo tempo minha assessoria jurídica atua no sentido de resolver a situação jurídica para que possa, no futuro, voltar a disputar o sexto mandato”, revelou ao acrescentar que “respeito a decisão da Justiça”.
RIQUEZA
Campo Grande tem como principal fonte de renda a receita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), somado ao recolhimento de tributos da maior feira de gado do Agreste, que movimenta semanalmente (sábados) mais de R$ 1 milhão na compra e venda de bovinos, equinos, caprinos e suínos para os mercados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Além das atividades de agricultura de milho, feijão, fumo, da pecuária e do pequeno comércio local. A receita tributária é inferior a R$ 1 milhão/mês.
Gasta cerca de 60% da receita com a folha dos 700 funcionários municipais. Os servidores da educação reclamam de atrasos de pagamento de salários e de gratificações. Os atrasos afetam o comércio local que sobrevive dos recursos das aposentadorias, dos pensionistas, do auxílio emergencial, da feira de gado e fundamentalmente dos salários do funcionalismo, disse o microempresário Walter Ventura. “Estamos com uma gestão interina. A prefeita Josefa faz o que pode. Mas o atraso de salário do funcionalismo afeta a todos, na cidade. Por isso, queremos logo a eleição.
O problema aqui é de gestão que precisa ser resolvido, logo”. Na saúde, a reclamação é pela falta de remédios da farmácia básica, falta de médicos e de ambulâncias suficientes para atender a demanda. O município tem quatro ambulâncias, mas só uma funciona, reclamou o ex-vereador de três mandatos, aposentado José Alves de Lima e seus vizinhos. A cidade tem um dos menores índices de analfabetismo na região. Segundo o IBGE, 96,3% das crianças e adolescentes estavam matriculadas antes da pandemia. Porém, tem elevado índice de desemprego. O maior empregador é a prefeitura. A microempresária Estéfane Vitória de Lima, disse que a maioria dos jovens é empreendedor e precisa de incentivos.
Por arnaldo ferreira
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