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Leitura de Domingo
07/03/2021 08:00:00

Poluição atmosférica influencia em casos de doenças renais, aponta estudo

Estudos da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Amsterdã mostram que concentração de gases poluentes no rim pode promover envelhecimento mais rápido do órgão


Poluição atmosférica influencia em casos de doenças renais, aponta estudo

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um a cada dez adultos brasileiros sofre com a doença renal crônica, o que, para alguns especialistas, já pode ser considerado um cenário epidêmico. É no Brasil, portanto, que esse panorama se mostra especialmente preocupante. Com isso em mente, estudos da Faculdade de Medicina buscaram investigar as causas dessa preocupação e indicaram uma relação direta com a concentração de poluição.

A professora Lúcia da Conceição Andrade, da disciplina de Nefrologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, analisa que questões socioeconômicas de acesso à saúde e diagnóstico tardio podem explicar a maior incidência de casos de doença renal crônica no Brasil em comparação a outros países. “Essa incidência é maior que na Europa e a progressão é mais rápida. A evolução em anos para a perda total da função renal é mais rápida”, afirma em entrevista ao programa Jornal da USP no Ar 1ª edição.

A doença renal é causada principalmente por problemas de diabete e hipertensão, “mas, entre outras coisas, a poluição também parece ter influência. E é isso que nós vamos estudar, essa correlação”, explica a professora. Para isso, através de experimentos que envolveram um grupo de animais exposto à poluição, foi analisada a influência da emissão de carbono negro e monóxido de carbono – liberados pela poluição – no envelhecimento dos rins. 

A conclusão foi a de que, como os rins possuem a função de concentrar substâncias presentes no nosso corpo, é natural que, ao reter gases poluentes derivados da poluição atmosférica, eles envelheçam mais rapidamente.

Os estudos estão sendo desenvolvidos juntamente com a Universidade de Amsterdã, o que possibilitou análises comparativas dos rins de pacientes expostos a ambientes mais e menos poluídos, como são Brasil e Holanda, respectivamente. “Aqui são pessoas que estão expostas todo dia à poluição, ou porque vivem em um ambiente mais poluído ou porque, para irem para o trabalho, pegam vários ônibus, ficando expostas, esperando”, comenta Lúcia.

https://jornal.usp.br/ 



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