Timothy Ray Brown, primeiro paciente do mundo curado de HIV, morreu vítima de um câncer na Califórnia, nos Estados Unidos. o anúncio foi feito pelo seu companheiro em uma rede social nesta quinta-feira (30).
"É com grande tristeza que anuncio que Timothy morreu esta tarde cercado por mim e amigos, após uma batalha de 5 meses contra a leucemia", afirmou Tim Hoeffgen no Facebook, de acordo com a agência de notícias Reuters.
Brown, um americano que ficou conhecido por anos como o "Paciente de Berlim", recebeu em 2007 um transplante de medula na Alemanha de um doador com resistência natural ao HIV.
O “Paciente de Berlim” serviu de incentivo a uma geração de cientistas e deu esperança a pacientes infectados de que um dia será encontrada uma cura para Aids.
"Devemos a Timothy e seu médico, Gero Huetter, uma grande gratidão por abrir a porta para os cientistas explorarem o conceito de que uma cura para o HIV é possível", afirmou Adeeba Kamarulzaman, presidente da Sociedade Internacional de Aids.
Após exames e acompanhando a evolução de Brown, acreditava-se que ele tinha sido curado da leucemia, além de ter se livrado do vírus que provoca a Aids. Em setembro deste ano, ele anunciou que o câncer tinha voltado de forma agressiva.
"Ainda estou feliz por tê-lo feito", disse sobre o transplante histórico em entrevista à agência Associated Press. "Isso abriu portas que não existiam antes" e inspirou cientistas a trabalhar mais para encontrar uma cura, que muitos começaram a pensar que não era possível.
O norte-americano foi diagnosticado com leucemia em 2006. À época, Gero Heutter, médico especialista em câncer sanguíneo da Universidade de Berlim, defendeu que um transplante de medula era a melhor chance para que Brown sobrevivesse. Heutter propôs que o procedimento também fosse realizado para curá-lo do HIV, com a participação de um doador com uma rara mutação genética que fornece resistência natural ao vírus da Aids.
Em 2007, Brown passou pelo primeiro transplante, que registrou resultado parcial, pois o vírus do HIV sumiu, mas a leucemia permaneceu. Um ano depois, ele recebeu um segundo transplante do mesmo doador. Desde então, testou sempre negativo para o HIV.
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