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Alagoas
22/06/2020 17:00:00

Mesmo com decreto prorrogado, pescadores se arriscam e saem para trabalhar

Eles precisam pescar para sobreviver', justifica presidente da Colônia de Pescadores de Alagoas


Mesmo com decreto prorrogado, pescadores se arriscam e saem para trabalhar

O decreto de emergência do Governo de Alagoas, que impõe o isolamento social e o fechamento de atividades consideradas não essenciais, tem afetado a vida de muitos alagoanos. Sem a pesca, sem acesso ao seguro-defeso ou ao auxílio emergencial, muitos pescadores da capital alagoana têm se arriscado e continuado o trabalho, tirando, deste, sua única fonte de sustento. 

Após a aplicação do decreto emergencial, que afetou a venda do pescado e a atividade de pesca dos pescadores artesanais, a situação complicou, segundo a presidente da Colônia de Pescadores, Maria Aparecida. 

 

"Normalmente, para pescar, muitos iam juntos, isso é considerado aglomeração. Os que vão agora nem sempre conseguem vender depois o que pescam. Além disso, atividades comerciais foram proibidas nas praias, então, muitos pescadores foram afetados por este momento", contou a presidente. 

De acordo com Maria Aparecida, a situação, que já tinha se complicado com o decreto de emergência, piorou com o não recebimento do auxílio emergencial. "Os pescadores artesanais não receberam esse auxílio emergencial do Governo. Até disseram que iam receber, mas não aconteceu. Eles proibiram a pesca e não deram um auxílio decente. Eles estão sem alternativas durante este momento difícil", disse.

Segundo a presidente, o auxílio-defeso, que corresponde a um salário mínimo pago em período de paralisação de atividades, deveria ter sido concedido no período de novembro a dezembro do ano de 2019, contudo, muitos não receberam todas as parcelas. 

A presidente conta, ainda, que o auxílio emergencial que deveria ser pago aos pescadores afetados em dezembro pelo derramamento de óleo não foi pago completamente. E diz ainda que há pescadores que ficaram de fora por seus nomes não aparecerem na lista de pagamento. 

Maria Aparecida relata, por sua vez, que os trabalhadores vão pescar porque não há soluções, e eles precisam viver. "Muitos não receberam nenhum dos auxílios ou seguros durante esse período inteiro. Pescador agora virou sub-humano, que não tem direito a nada. Eles estão indo pescar, é o jeito, precisam comer. Estão indo poucos, entre três a quatro, para não correr muitos riscos", informou ela. 

CUIDADOS    

A presidente da Colônia de Pescadores revelou que, para realizarem a pesca, os pescadores artesanais usam máscaras de proteção, álcool em gel e respeitam o distanciamento mínimo, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde (MS). 

Ela relatou que esta conscientização é feita por parte das colônias e dos próprios pescadores, que entendem o momento que estamos passando, apesar de suas dificuldades. Contudo, Maria salienta que não há como falar por todos, mas os que procuram a colônia são instruídos a tomar os devidos cuidados. 

PESCADOR

Para Evanildo Gomes, pescador da Lagoa Mundaú, no bairro do Vergel do Lago, a sobrevivência está vindo através de doações. "Olha, estamos impossibilitados de pescar devido a esse decreto do Governo. E, mesmo que fôssemos pescar, não teríamos peixe por causa das chuvas recentes. Isso sem falar que ninguém quer comprar. Nós aqui estamos sobrevivendo através de doações de ONGs [Organizações Não Governamentais]", revelou Evanildo. 

Ele contou que, dentre os pescadores da Lagoa Mundaú, são poucos os que receberam o auxílio emergencial de R$ 600,00 do Governo Federal. Segundo o pescador, além de ser baixo, o valor não está sendo pago a todos, então, sem ajuda, eles não têm como sobreviver a este momento.

Gazetaweb



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