Na última sexta-feira, 28 de novembro de 2025, uma demonstração de compaixão no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, trouxe esperança a várias famílias. A família de um homem de 38 anos, que foi declarado com morte cerebral, autorizou a doação de órgãos, possibilitando que cinco indivíduos recebam transplantes de coração, córneas e rins. Este ato de altruísmo reforça a força da solidariedade e mostra o potencial de vidas transformadas por uma decisão de doação.
Segundo a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, mesmo diante do sofrimento, essa família optou pelo amor e pela esperança. Ela destacou: “Mesmo na dor, eles decidiram salvar vidas. Agradecemos profundamente por essa atitude de empatia, sensibilidade e conscientização sobre a importância de doar. Que encontrem o conforto necessário e que as pessoas beneficiadas possam recuperar sua saúde”.
O diagnóstico de morte encefálica, que é legalmente reconhecido e irreversível, indica a ausência total de atividade cerebral e é efetuado por uma equipe multidisciplinar conforme protocolos do Conselho Federal de Medicina (CFM). Somente após essa avaliação e com a anuência familiar, a captação de órgãos pode ser iniciada.
Maria Júlia Tabosa, neurologista responsável pela equipe de captação, explicou: “Organizamos uma equipe dedicada à coleta dos órgãos, garantindo que o coração, os rins e as córneas estejam aptos para o transplante. Todo procedimento é realizado com cuidado, respeito e eficiência, seguindo as normas do Sistema Nacional de Transplantes, que asseguram transparência, ética e justiça na distribuição”.
Atualmente, milhares de brasileiros aguardam por um procedimento de transplante. Em Alagoas, de acordo com a Central de Transplantes, 654 pessoas estão na lista de espera, sendo 606 por córnea, 32 por rim, 15 por fígado e uma por coração.
O diretor-geral do hospital, Fernando Melro, ressaltou: “Cada autorização de doação representa uma nova chance de viver, enxergar ou melhorar a qualidade de vida. Agradecemos profundamente à família do doador pela coragem de transformar uma despedida difícil em esperança para muitos. Essa atitude ecoa além do hospital e reforça a importância de cultivar a cultura de doação de órgãos”.
Por fim, o especialista destacou a relevância de manifestar o desejo de ser doador aos próprios familiares. Uma conversa simples pode facilitar essa decisão em momentos delicados e salvar vidas que aguardam por uma oportunidade de recuperação.”