A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) enviou uma solicitação formal ao governo brasileiro, buscando dados atualizados acerca dos detidos relacionados às manifestações de 8 de janeiro de 2023.
Essa solicitação foi feita em resposta a uma denúncia apresentada em 2024 por deputados, liderados pelo Coronel Ulysses, do União Brasil-AC, juntamente com o advogado Ezequiel Silveira. A comunicação oficial da CIDH demanda detalhes sobre os 104 indivíduos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as informações solicitadas, estão os recursos interpostos, as datas em que foram apresentados, o progresso de cada processo e as últimas notificações judiciais recebidas pelas defesas. A entidade também questiona se esses indivíduos permanecem sob custódia e solicita informações sobre eventuais liberações, incluindo a de Adalgiza Maria Dourado, uma idosa que foi libertada.
Além disso, há uma preocupação específica com a morte de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clézão, que faleceu enquanto estava preso, mesmo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) já ter autorizado sua soltura.
A CIDH quer saber se há investigações ou ações internas relacionadas ao caso. O documento também menciona 12 pessoas que foram detidas no Acre e no Pará em 2023. Apesar de não estarem em Brasília no dia dos atos de vandalismo, essas pessoas foram presas posteriormente. A CIDH solicita informações sobre pedidos de reparação pelos 108 dias que essas pessoas permaneceram em prisão temporária. Ao comentar o desenvolvimento da situação, Ezequiel Silveira afirmou que a notificação demonstra que as denúncias feitas internacionalmente estão causando impacto.
O deputado Coronel Ulysses, representante do União Brasil-AC, declarou que continuará apoiando as famílias e as defesas das vítimas relacionadas ao processo de 8 de janeiro.