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Geral
29/11/2025 08:00:00

Brasil registra aumento recorde na expectativa de vida aos 76,6 anos em 2024

Dados do IBGE apontam redução na mortalidade infantil e avanços na longevidade nacional

Brasil registra aumento recorde na expectativa de vida aos 76,6 anos em 2024

A projeção de duração média de vida dos brasileiros atingiu 76,6 anos em 2024, marcando o maior patamar desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1940.

Em 2023, esse índice era de 76,4 anos, mostrando uma leve alta. Segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa de vida ao nascer indica a média de anos que uma pessoa deve viver, considerando as taxas atuais de mortalidade.

Desde o começo da década de 1940, houve um avanço de 31,1 anos na longevidade, já que, naquela época, a expectativa de vida ao nascer era de 45,5 anos para quem nascia naquele período.

A Tábua de Mortalidade, documento que detalha esses dados, revela também que países como Mônaco (86,5 anos), San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4) lideram globalmente com as maiores médias de expectativa de vida.

O impacto da pandemia de covid-19 foi uma exceção na trajetória de crescimento, que normalmente apresenta uma tendência ascendente.

Em 2019, o índice era de 76,2 anos, caindo para 72,8 anos em 2021. Desde então, os números vêm se recuperando. Confira a evolução da expectativa de vida ao nascer nos últimos anos: - 2000: 71,1 anos - 2010: 74,4 anos - 2019: 76,2 anos - 2020: 74,8 anos - 2021: 72,8 anos - 2022: 75,4 anos - 2023: 76,4 anos - 2024: 76,6 anos

Outro dado relevante é que, em 2024, as mulheres vivem em média 79,9 anos, enquanto os homens têm expectativa de 73,3 anos, o que representa uma diferença de 6,6 anos.

Essa disparidade foi de 5,4 anos em 1940 e atingiu seu pico em 2000, com 7,8 anos de diferença. O IBGE também destaca o índice de sobremortalidade masculina, que analisa a proporção entre mortes de homens e mulheres dentro de certas faixas etárias. Em 2024, homens de 20 a 24 anos tinham 4,1 vezes mais chances de morrer do que mulheres da mesma faixa etária. Para jovens entre 15 e 19 anos, essa relação era de 3,4, e de 3,5 para o grupo de 25 a 29 anos.

A explicação para a maior mortalidade masculina, sobretudo na década de 1940, está ligada ao crescimento urbano e à urbanização acelerada do país. Segundo o IBGE, a partir dos anos 1980, o aumento de mortes por causas externas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito, contribuiu para elevar as taxas de mortalidade entre homens adultos jovens.

Além de fornecer informações para o ajuste do fator previdenciário do INSS, a Tábua de Mortalidade também reflete a expectativa de vida em diferentes idades. Em 2024, a média de anos que uma pessoa de 60 anos ainda viverá é de 22,6 anos, sendo 20,8 anos para homens e 24,2 anos para mulheres.

Em 1940, esse período adicional era de 13,2 anos. Para idosos de 80 anos, a expectativa de vida em 2024 é de 9,5 anos para mulheres e 8,3 anos para homens, valores que eram de aproximadamente 4,5 anos e 4 anos, respectivamente, em 1940.

A mortalidade infantil, que considera mortes de crianças com menos de 1 ano de idade, apresentou uma leve melhora, atingindo 12,3 óbitos por mil nascidos vivos em 2024. Apesar de uma pequena alta em relação a 2023, quando o índice era de 12,5, a taxa permanece acima do registrado em 2000, quando era de 11,4. Historicamente, essa diminuição é atribuída a campanhas de vacinação em massa, cuidados pré-natais, incentivo ao aleitamento materno, ações de agentes de saúde comunitária e programas de nutrição infantil, além de melhorias econômicas e sanitárias.

Segundo o IBGE, avanços na renda, escolaridade e saneamento básico também desempenharam papel fundamental na redução do indicador.